Zemmour volta para liderar partido de extrema-direita nas legislativas

Conhecido pelos seus ataques racistas e islamofóbicos, Zemmour volta a afastar o seu partido de Le Pen para concorrer sozinho.

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Hélio Carvalho
12/05/2022 16:33 ‧ 12/05/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

França

Eric Zemmour, que se candidatou pela extrema direita às eleições presidenciais no passado mês de abril, anunciou esta quinta-feira que vai voltar às urnas em junho, desta vez para as legislativas francesas que se disputam entre os dias 12 e 19.

Zemmour, que ficou conhecido pelas propostas islamofóbicas (como sugerir que devia ser proibido dar o nome "Mohammed" a crianças) e por ter criticado a liberdade de imprensa, volta a liderar o seu partido, o Reconquête! ('Reconquista!', em francês).

"Vou liderar esta linda e grande batalha ao lado dos nossos 550 candidatos", disse o político, através do Twitter, acrescentando que será candidato pelo quatro círculo eleitoral da região de Var, círculo esse que incluiu a estância turística de Saint-Tropez.

Na primeira volta das eleições presidenciais, Eric Zemmour ficou em quarto lugar, com 7,07% dos votos, atrás do eventual vencedor, Emmanuel Macron, de Marine Le Pen e de Jean-Luc Mélenchon.

O comentador reacionário tem sido criticado por posições misóginas e racistas que o levaram ao tribunal por, por exemplo, ter defendido o governo francês sob a ocupação nazi  (liderado por de Philippe Petain) e considerado que este foi um protetor dos judeus franceses - Petain, contudo, ficou para história como um colaborador do regime nazi e por ter apoiado a deportação e exterminação da comunidade judaica em França.

Noutra ocasião, Zemmour acusou os jovens muçulmanos em França de ser ladrões e violadores. E na campanha das últimas presidenciais, o candidato foi a uma amostra de armas e apontou uma arma aos jornalistas presentes, afirmando "assim já não brincam", mas deixou claro que a situação fora uma piada.

Enquanto que a extrema-direita francesa se mantém fraturada, entre o Reconquête! de Zemmour e o Rassemblement National de Le Pen, a esquerda reagiu à derrota esmagadora nas presidenciais e uniu-se em torno da candidatura de Mélenchon.

Leia Também: Feriado entre contestação a Macron e esperança por um Governo de esquerda

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