Eric Zemmour, que se candidatou pela extrema direita às eleições presidenciais no passado mês de abril, anunciou esta quinta-feira que vai voltar às urnas em junho, desta vez para as legislativas francesas que se disputam entre os dias 12 e 19.
Zemmour, que ficou conhecido pelas propostas islamofóbicas (como sugerir que devia ser proibido dar o nome "Mohammed" a crianças) e por ter criticado a liberdade de imprensa, volta a liderar o seu partido, o Reconquête! ('Reconquista!', em francês).
"Vou liderar esta linda e grande batalha ao lado dos nossos 550 candidatos", disse o político, através do Twitter, acrescentando que será candidato pelo quatro círculo eleitoral da região de Var, círculo esse que incluiu a estância turística de Saint-Tropez.
Reconquête est de retour partout en France. Je mènerai notre beau et grand combat aux côtés de nos 550 candidats. Je me présente dans la 4ème circonscription du Var.
— Eric Zemmour (@ZemmourEric) May 12, 2022
Na primeira volta das eleições presidenciais, Eric Zemmour ficou em quarto lugar, com 7,07% dos votos, atrás do eventual vencedor, Emmanuel Macron, de Marine Le Pen e de Jean-Luc Mélenchon.
O comentador reacionário tem sido criticado por posições misóginas e racistas que o levaram ao tribunal por, por exemplo, ter defendido o governo francês sob a ocupação nazi (liderado por de Philippe Petain) e considerado que este foi um protetor dos judeus franceses - Petain, contudo, ficou para história como um colaborador do regime nazi e por ter apoiado a deportação e exterminação da comunidade judaica em França.
Noutra ocasião, Zemmour acusou os jovens muçulmanos em França de ser ladrões e violadores. E na campanha das últimas presidenciais, o candidato foi a uma amostra de armas e apontou uma arma aos jornalistas presentes, afirmando "assim já não brincam", mas deixou claro que a situação fora uma piada.
Enquanto que a extrema-direita francesa se mantém fraturada, entre o Reconquête! de Zemmour e o Rassemblement National de Le Pen, a esquerda reagiu à derrota esmagadora nas presidenciais e uniu-se em torno da candidatura de Mélenchon.
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