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UE otimista sobre progresso "positivo" em negociações com Irão

Josep Borrell congratulou o esforço do seu diplomata em Teerão, mas os outros atores do acordo nuclear continuam pouco confiantes num compromisso.

UE otimista sobre progresso "positivo" em negociações com Irão
Notícias ao Minuto

23:28 - 13/05/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Acordo nuclear

A União Europeia (UE) mostrou-se esta sexta-feira mais otimista em relação a um acordo nuclear com o Irão, depois das tentativas de ressuscitar o acordo de 2015 terem azedado nos últimos meses.

Esta sexta-feira, o chefe de diplomacia europeia, Josep Borrell, disse a recente missão europeia em Teerão, encabeçada pelo diplomata Enrique Mora, gerou progresso "positivo o suficiente" para restaurar conversações com o regime iraniano depois de dois meses sem avanços.

"Estas coisas não podem ser resolvidas do dia para a noite. Digamos que as negociações estavam bloqueadas e agora foram desbloqueadas", afirmou Borrell, citado pela Reuters à margem da reunião do G7, acrescentando ainda que há a perspetiva de "chegar a um acordo final".

O chefe de diplomacia da UE apontou também que a base do acordo, que consiste no levantamento de sanções sobre a economia do Irão, foi acordado em março.

Do lado do Irão, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amirabdollahian, disse que a viagem de Enrique Mora ajudou a restabelecer um diálogo saudável. "Um acordo bom e sustentável está em vista se os Estados Unidos tomarem uma decisão política e respeitar os seus compromissos", afirmou.

O acordo de 2015 que a UE e os Estados Unidos tentam recuperar permitiu o levantamento de sanções à economia iraniana, mediante observações regulares ao arsenal nuclear do país e um limite ao enriquecimento e capacidade de armazenamento de urânio.

No entanto, o antigo presidente norte-americano Donald Trump revogou unilateralmente o acordo, argumentando que o Irão continuava a produzir armas nucleares, aumentando consideravelmente a tensão entre os dois países.

França, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e União Europeia têm tentado reavivar o acordo, mas o Irão tem sido intransigente na sua proposta sobre retirar a Guarda Revolucionária Islâmica da lista de entidades terroristas dos EUA. A Rússia também faz parte do acordo e, com a guerra na Ucrânia no pano de fundo, acrescentou condições que dificultaram a concretização do compromisso.

Questionadas pela Reuters, fontes diplomáticas francesas e norte-americanas não soaram confiantes sobre a possibilidade dos EUA cederem na questão da lista de entidades consideradas terroristas, e salientaram a incerteza de ser atingido um acordo que satisfaça todas as partes.

Leia Também: Acordo nuclear com Irão "longe de adquirido", diz Washington

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