Primeiro-ministro do Sri Lanka inicia conversações para pedir ajuda
O recém-nomeado primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, iniciou conversações com representantes de vários países para solicitar apoio financeiro que permita atenuar a grande crise económica que afeta a ilha, revelou esta sexta-feira fonte próxima do governo.
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Mundo Sri Lanka
"A ideia é que haja uma espécie de conferência de doadores para obter ajuda do exterior", explicou fonte próxima do primeiro-ministro, que pediu anonimato, citada pela agência Efe.
Ranil Wickremesinghe manteve conversas preliminares com representantes da Índia, Japão, Estados Unidos, Reino Unido e China.
A mesma fonte referiu que as reuniões se concentraram sobre a solução para uma possível e rápida recuperação económica nos próximos meses.
O Sri Lanka enfrenta a sua pior crise económica desde a independência do império britânico, em 1948, situação que desencadeou uma grande instabilidade na ilha, com manifestações a pedirem a saída dos governantes durante semanas.
Na segunda-feira, a onda de violência desencadeada por apoiantes do então primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa, quando confrontados por manifestantes antigovernamentais, precipitaram a saída do chefe do governo, irmão do chefe de Estado.
A renúncia ao cargo de Rajakapsa levou à dissolução automática do Governo, provocando uma crise política.
O Presidente, Gotabaya Rajapaksa, nomeou depois Ranil Wickremesinghe, ex-primeiro-ministro e que está de regresso ao cargo que já ocupou por cinco vezes.
A escolha de Wickremesinghe pelo Presidente está a ser lida como uma tentativa de acabar com a violência desencadeada pela crise política, bem como uma forma de restaurar a credibilidade internacional do país, numa altura em que as autoridades negoceiam um pacote de resgate junto do Fundo Monetário Internacional.
O novo primeiro-ministro nomeou, na quarta-feira, comissões que têm a responsabilidade de encontrar formas para lidar com a escassez de bens essenciais na ilha, como combustível, alimentos ou medicamentos, devido à falta de divisas.
Os mercados reagiram com otimismo à nomeação deste político, de 73 anos, com uma subida de 4,4%, enquanto a moeda valorizou quase 5%, a primeira subida desde 07 de março.
No entanto, o otimismo não é partilhado pelos principais partidos da oposição, que alegam que o novo primeiro-ministro carece de legitimidade, uma vez que o partido deste tem apenas um lugar num Parlamento com 225 deputados.
Os manifestantes já divulgaram que, apesar do recolher obrigatório intermitente em vigor desde segunda-feira, vão continuar a protestar contra o chefe de Estado e o novo primeiro-ministro.
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