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Rússia apela à vontade política para reanimar acordo nuclear com Irão

A Rússia pediu hoje vontade política para reativar o acordo nuclear com o Irão e assegurou que se houver concordância política o documento poderá estar finalizado numa "questão de dias".

Rússia apela à vontade política para reanimar acordo nuclear com Irão
Notícias ao Minuto

13:11 - 16/05/22 por Lusa

Mundo Acordo nuclear

"O documento encontra-se quase pronto. O que falta acertar são questões políticas, que não estão relacionadas com o texto", disse hoje o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Riabkov, às agências russas.

O representante russo também acrescentou que o documento pode estar finalizado "numa questão de dias" e garantiu que a Rússia está satisfeita com o texto existente.

"Não é preciso aprofundar muito mais o assunto, pelo menos, na nossa opinião. Portanto, se os representantes do Governo dos Estados Unidos da América (EUA) não chegarem a um acordo, eles que reflitam sobre os resultados do debate interno", afirmou Riabkov.

Foi desta forma que o vice-ministro russo respondeu às declarações da embaixadora dos EUA junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, que no início do mês garantiu haver ainda muito trabalho pela frente e que chegou a admitir a impossibilidade de alcançar um acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Os Estados Unidos têm empurrado as responsabilidades do atual impasse para o Irão.

"Nós e os nossos parceiros estamos prontos, já há algum tempo. A bola está no campo do Irão", afirmou um porta-voz da diplomacia norte-americana, em declarações à agência noticiosa AFP, na semana passada.

As conversações para reavivar o pacto nuclear de 2015 encontram-se paradas desde meados de março, após quase um ano de negociações e de uma quase iminente resolução do acordo.

O Irão insiste que os Estados Unidos devem levantar as sanções aplicadas ao regime iraniano, algo que Washington parece hesitante em fazer.

O pacto nuclear, firmado em 2015 entre o Irão e o grupo de países G5+1 (os cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - EUA, China, França, Reino Unido e Rússia - mais a Alemanha), limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento gradual de sanções aplicadas ao país, mas, em 2018, o então Presidente norte-americano Donald Trump quebrou unilateralmente o acordo e restabeleceu as sanções contra Teerão.

Em resposta, um ano mais tarde, Teerão acelerou a aposta na força nuclear e no enriquecimento de urânio.

Leia Também: Acordo nuclear com Irão "longe de adquirido", diz Washington

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