O coordenador das negociações e representante da União Europeia (UE), Enrique Mora, manteve conversações durante dois dias com o principal negociador da República Islâmica, Ali Bagheri, em Teerão, na semana passada, levando o bloco europeu a dizer que as negociações tinham sido "reabertas".
Estas negociações, que visam trazer os Estados Unidos de volta ao acordo de 2015 entre o Irão e as grandes potências, e fazer com que o Irão o cumpra na íntegra, estavam paradas há cerca de dois meses.
"Realizaram-se negociações sérias e orientadas para resultados, com iniciativas especiais do Irão", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzadeh, aos jornalistas, sem entrar em detalhes.
"Se os Estados Unidos derem a sua resposta a algumas das soluções propostas, podemos estar numa posição em que todas as partes regressarão a Viena", onde decorrem as conversações, acrescentou o representante durante uma conferência de imprensa.
Washington, por outro lado, adotou um tom menos otimista.
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, disse na sexta-feira que "neste momento, um acordo continua longe de ser certo".
Acrescentou ainda que "cabe ao Irão decidir se quer fazer um acordo rapidamente".
O Irão entrou em negociações diretas com a França, Alemanha Reino Unido, Rússia e China (as grandes potências subscritoras que ainda se mantêm ligadas ao pacto) para reavivar o acordo de 2015 que enquadra o programa nuclear do Irão.
Os Estados Unidos da América (EUA) participam indiretamente nestas negociações.
O acordo de 2015 permitiu ao Irão o levantamento de sanções económicas em troca de restrições ao seu programa nuclear, a fim de impedir que Teerão desenvolvesse uma arma nuclear, algo que o país sempre negou querer fazer.
Mas a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo, em 2018, sob a administração do então Presidente Donald Trump, e o restabelecimento de sanções económicas severas por parte de Washington levaram o Irão a começar a renunciar aos seus próprios compromissos, situação que agora se pretende inverter.
Leia Também: Rússia apela à vontade política para reanimar acordo nuclear com Irão