Nove mortos e 24 feridos em operação "antiterrorista" no Tajiquistão
Nove pessoas morreram e 24 ficaram feridas hoje durante uma operação "antiterrorista" no leste do Tajiquistão, segundo o Ministério do Interior do país da Ásia Central, que é regularmente palco de confrontos armados.
© Getty Images
Mundo Ásia
Um soldado morreu e outros 13 ficaram feridos depois de um 'cocktail molotov' ter sido lançado sobre um comboio do Comité Nacional de Segurança do Tajiquistão, detalhou o Ministério do Interior tajique num comunicado à imprensa.
Segundo a nota, oito membros de um "grupo armado ilegal" foram mortos e outros 11 ficaram feridos. Mais de 70 membros deste mesmo "grupo terrorista" - não identificado pelas autoridades - foram detidos.
Os confrontos ocorreram depois de cerca de 200 pessoas pertencentes a "grupos criminosos organizados e armados" terem bloqueado a estrada que liga a capital tajique, Dushanbe, a Khorog, capital da região autónoma de Gorno-Badashkhan, próximo da fronteira com o Afeganistão.
Esta vasta área montanhosa do maciço do Pamir representa quase metade da área do Tajiquistão, mas é habitada por cerca de 200.000 dos nove milhões de habitantes do país. A região faz fronteira com o Afeganistão, a China e o Quirguistão.
Hoje mais cedo, o Tajiquistão anunciou o lançamento de uma "operação antiterrorista" nesta região, num contexto de crescentes tensões nos últimos meses com figuras locais.
"Para garantir a segurança dos cidadãos e a ordem social, os órgãos de segurança lançaram uma operação antiterrorista", referiu o Ministério do Interior, que acusou os "grupos criminosos" locais de serem financiados por "organizações estrangeiras extremistas e terroristas".
Sem dizer quem era o alvo desta operação, o seu anúncio ocorreu quando o Ministério do Interior também referiu confrontos na terça-feira com os apoiantes de uma figura influente em Gorno-Badakhshan, Mamadbokir Mamadbokirov, que as autoridades tajiques descrevem como "líder de um grupo criminoso".
De acordo com o ministério, jovens teriam atacado polícias na noite de terça-feira em Khorog, lançando uma granada contra os agentes de segurança e ferindo vários polícias. Um agressor foi morto.
As tensões têm vindo a aumentar há meses e as autoridades tajiques cortaram a internet em toda a área há vários meses. A embaixada dos Estados Unidos em Dushanbe denunciou esta medida em março e pediu ao Tajiquistão que "respeite as liberdades fundamentais".
Este país da Ásia Central é o mais pobre das antigas Repúblicas Soviéticas e sobrevive em grande parte graças aos seus trabalhadores migrantes na Rússia.
O país foi dilacerado por uma guerra civil entre opositores e o regime dominante na década de 1990. O país é liderado desde 1992 por Emomali Rakhmon, cuja tendência autoritária é denunciada por muitas organizações não-governamentais (ONG) e pelos países ocidentais.
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