Ucrânia: Brasil defende nos BRICS solução pacífica do conflito
O Brasil defendeu na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a solução pacífica do conflito na Ucrânia e o respeito pelos direitos humanos.
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Mundo Invasão
A reunião virtual foi presidida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e contou com a presença dos seus homólogos da Rússia, Sergey Lavrov; da África do Sul, Naledi Pandor; do Brasil, Carlos França; e da Índia, Subrahmanyam Jaishankar.
"O Brasil defendeu a solução pacífica e negociada do conflito, clamou pela busca urgente de solução para a crise humanitária e ressaltou a necessidade de respeito ao Direito Internacional e aos princípios da Carta da ONU", frisou, em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Na reunião, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul expressaram ainda preocupação com a recuperação económica e a estabilidade internacional.
Na declaração conjunta, assinada também pela Rússia, pode ler-se que foi discutido as preocupações sobre a situação humanitária dentro e ao redor da Ucrânia e que os países "expressaram apoio aos esforços do Secretário-Geral da ONU, das Agências da ONU e do CICV para fornecer ajuda humanitária".
De acordo com a declaração conjunta, os ministros instaram ao fortalecimento do sistema de controlo de armas, desarmamento e não-proliferação, "incluindo a Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção e Armazenamento de Armas Bacteriológicas (Biológicas)".
A questão da interrupção de cadeias produtivas e de graves ameaças à segurança alimentar e energética, foram também um tema importante discutido, no qual o Brasil tem mostrado preocupação, desde o início da invasão russa.
o Brasil não apoia as sanções impostas à Rússia, estando mesmo a encetar esforços para que a venda de fertilizantes russos não seja incluída nas sanções.
O Brasil é um dos maiores exportadores do mundo de produtos agrícolas, contudo, depende em mais de 80% de importação de fertilizantes, sendo que cerca de 20% destes provem da Rússia e mais de 10% da Bielorrússia.
A 18 de abril, o Brasil pediu apoio da diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) na defesa de exclusão das sanções internacionais fertilizantes russos e bielorrussos, necessários para o país produzir e exportar alimentos, pedido este que foi anuído.
O Governo brasileiro tem tipo uma abordagem ambigua em relação à Rússia desde que o país lançou a ofensiva militar na Ucrânia.
Por um lado, votou no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Rússia numa resolução que condenava as ações de Moscovo.
Por outro, absteve-se da resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra humanidade na Ucrânia.
Dias antes do ataque russo, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reuniu-se com o homólogo russo, Vladimir Putin.
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