Paz? Zelensky não aceitará reunião com "nenhum russo" que não seja Putin

O líder da Ucrânia salientou que a organização de qualquer tipo de conversações com a Rússia está a tornar-se cada vez mais difícil, à medida que surgem evidências de crimes de guerra por parte das forças daquele país.

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Notícias ao Minuto
23/05/2022 23:24 ‧ 23/05/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, esta segunda-feira, que o seu homólogo russo é o único oficial daquele país com quem está disposto a reunir, e apenas na condição de colocar um ponto final à guerra.

O líder da Ucrânia, que discursou no Fórum Económico Mundial, em Davos, adiantou que a organização de qualquer tipo de conversações com a Rússia está a tornar-se cada vez mais difícil, à medida que surgem evidências de crimes de guerra por parte das forças daquele país contra civis ucranianos, diz a Reuters.

“O presidente da Federação Russa é que decide”, afirmou o responsável, acrescentando que “falarmos em acabar com a guerra sem ele pessoalmente, [é uma decisão] que não pode ser tomada”.

“Não posso aceitar qualquer tipo de reunião com alguém da Federação Russa que não seja o presidente”, complementou, ressalvando que haveria “apenas um assunto em cima da mesa: acabar com a guerra”.

“Não há condições para qualquer outro tipo de reunião”, sublinhou.

Zelensky salientou ainda que o conflito trouxe muitas consequências nefastas ao povo ucraniano, ainda que o exército esteja a recuperar terreno, principalmente na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv. Contudo, o cenário “mais sangrento continua a ser o Donbass, onde [estão] a perder muitas pessoas”, adiantou.

Além disso, na sua ótica, qualquer noção que a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, poderia ser recuperada através da força, resultaria em milhares de vítimas mortais.

No mesmo discurso, o presidente frisou que “após vencer a guerra contra a Rússia, a Ucrânia tornar-se-á um estado poderoso e seguro, que se livrará da corrupção e da influência oligárquica”, sendo ainda “capaz de defender o seu território e o seu povo”.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de três mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

O conflito causou ainda a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Futuro da Ucrânia? "Com tal vizinho, pode haver guerra. Pode repetir-se"

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