Figura proeminente da Igreja Católica da Ásia, Zen, de 90 anos, foi detido no início de maio, juntamente com outras figuras pró-democracia - incluindo a cantora Denise Ho e a advogada Margaret Ng - ao abrigo da lei de segurança nacional do território, tendo sido libertado sob fiança no mesmo dia.
Os arguidos compareceram hoje no Tribunal de West Kowloon, declarando-se inocentes. O julgamento tem início em 19 de setembro.
À saída da audiência, Joseph Zen não respondeu às questões dos jornalistas, segundo escreveu o jornal de Hong Kong South China Morning Post.
O vigário-geral de Hong Kong, Joseph Chan, assistiu à sessão, embora tenha referido que não estava em representação da diocese.
"Era meu professor, por isso vim", disse à agência France Press (AFP), acrescentando que está muito preocupado com a saúde do católico.
O grupo administrava um fundo, entretanto extinto, que se ofereceu para pagar despesas legais e médicas de alguns manifestantes pró-democracia dos protestos de Hong Kong em 2019.
Foram detidos por "conspirar com forças estrangeiras", uma acusação que implica prisão perpétua, ao abrigo da lei de segurança nacional.
No entanto, o tribunal recebeu até ao momento apenas a acusação da falha no registo do Fundo de Ajuda Humanitária 612 junto da polícia, um crime que não será julgado à luz da legislação da segurança nacional e que implica o pagamento de uma multa máxima de dez mil dólares de Hong Kong (1.190 euros), refere a AFP.
A investigação ao estabelecimento deste fundo teve início após um dos administradores, o académico Hui Po-keung, ter sido detido no aeroporto quando estava prestes a embarcar para a Europa, onde iria ocupar um cargo de docência.
A prisão do Cardeal Zen provocou indignação da comunidade internacional, que acusa a China de pôr fim a liberdades outrora conferidas em Hong Kong.