"O governo declara o estado de emergência por causa da guerra na Ucrânia", disse Orbán, num vídeo divulgado na rede social Facebook, poucas horas depois de o parlamento ter aprovado uma emenda constitucional que abriu a possibilidade de anunciar tal medida.
Orbán, líder de extrema-direita, avisou que o mundo está prestes a entrar numa crise económica e reiterou que o país "deve permanecer fora da guerra, proteger a segurança das famílias".
"Para isso precisamos de espaço de manobra", salientou.
O primeiro-ministro disse que a crise está a ser desencadeada pela invasão russa da Ucrânia e pelas sanções de Bruxelas contra Moscovo.
O estado de emergência significa que o Governo pode emitir decretos relacionados com o assunto, sem consultar o parlamento.
A alteração adotada hoje foi proposta pelo executivo húngaro após a invasão russa da Ucrânia para fornecer ao país "os instrumentos necessários para ajudar, apoiar e acomodar os refugiados, bem como para contrariar e aliviar os efeitos económicos negativos".
A Hungria não envia armas para a Ucrânia, argumentando que não se quer envolver na guerra no país vizinho.
O estado de emergência está em vigor na Hungria há dois anos devido à pandemia de covid-19, embora deva ser levantado pelo parlamento a 31 de dezembro.
O país da Europa Central encontra-se também em estado de emergência devido à migração em massa desde o outono de 2015, que foi introduzida durante a crise dos refugiados e que se manteve apesar de o número de migrantes que entraram na Hungria ter diminuído drasticamente no final desse ano.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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