Num encontro com embaixadores dos vários países de África acreditados em Moscovo, o chefe da diplomacia russa descartou a pressão ocidental no seguimento da invasão da Ucrânia e assegurou: "Continuaremos a oferecer o nosso apoio total e a desenvolver a cooperação mutuamente proveitosa".
Lavrov recordou que as relações entre a Rússia e os países africanos são "tradicionalmente amistosas e se desenvolvem com sucesso", acrescentando que aqueles "sempre tiveram e terão uma parceira confiável e uma amiga na Rússia".
"Sabemos que os países de África estão entre os mais vulneráveis do ponto de vista da segurança alimentar" e que muitos "dependem criticamente das importações de produtos agropecuários da Rússia", referiu Lavrov.
O ministro garantiu que o seu país "cumpre e continuará a cumprir de boa-fé os seus compromissos contratuais internacionais relativos à exportação de alimentos, fertilizantes, recursos energéticos e outras mercadorias de que África necessita muito".
Estas declarações vieram responder à preocupação manifestada por várias organizações, incluindo as Nações Unidas, sobre a possível crise alimentar que o conflito na Ucrânia poderá gerar, visto esta ser um dos principais produtores mundiais de trigo e girassol.
Lavrov aproveitou ainda a ocasião para apelar aos seus "amigos, a União Africana (UA), para exigirem insistentemente que o Ocidente revogue as sanções unilaterais ilegais que minam a infraestrutura logística e de transporte necessária para o comércio mundial".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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