Moçambique confiante de que não será preciso aumentar mais combustíveis
O ministro da Economia e Finanças de Moçambique manifestou-se hoje confiante de que não será necessário voltar a aumentar os preços dos combustíveis após o aumento de segunda-feira, ressalvando que tudo depende da situação global.
© Lusa
Mundo Moçambique
"Cremos que o preço, apesar de estar em alta, estabilizou. Portanto, não haverá razões para incrementos adicionais, mas isto depende da evolução da situação geopolítica no mundo, que tem uma influência sobre preços dos produtos petrolíferos", disse Max Tonela à Lusa, à margem dos encontros anuais do Banco Africano de Desenvolvimento, em Acra.
O governante sublinhou que o nível dos preços ao público em Moçambique "é o mais baixo em toda a região Austral de África, portanto, comparando com os países limítrofes".
A Autoridade Reguladora de Energia (Arene) de Moçambique anunciou na segunda-feira o reajuste dos preços dos combustíveis no país, com um aumento em todos produtos petrolíferos a partir de terça-feira.
Segundo disse então o presidente da Arene, Paulo António da Graça, o Governo moçambicano procurou evitar um reajuste que pressionasse o cidadão, retirando temporariamente a taxa sobre os combustíveis para evitar uma subida drástica.
Hoje Tonela explicou que, sendo os combustíveis líquidos integralmente importados, uma vez que Moçambique ainda não está em condições de os produzir, o país tem de comprar aos preços internacionais, inflacionados devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e depender das taxas de câmbio.
"O que o Governo procura é encontrar medidas internas das variáveis sobre as quais tem controlo, para mitigar este incremento. Mas nós assistimos a um incremento de tal forma que a partir de certa altura, o Governo não tem como fazê-lo", recordou.
O executivo mexeu então na estrutura dos custos dos componentes associados à logística e também em algumas margens na estrutura de preços que o Governo foi retirando para minimizar o impacto deste incremento, exercício que foi feito, tanto no primeiro aumento de combustíveis que houve este ano, como no incremento que aconteceu nesta segunda-feira, explicou.
"Há países que têm subsídios estruturados, sobretudo países produtores, mas que não refletem a estrutura de fornecimento. Nós temos de avaliar se subsidiamos a economia no seu todo ou se encontramos mecanismos tendo em conta também as restrições que o Estado tem, decorrente da sua capacidade financeira, priorizando também os setores-chave e sociais, educação, saúde, etc. Portanto, esta tem sido a estratégia do Governo", disse Tonela.
Os produtos petrolíferos à venda em Moçambique são importados por via marítima em cargueiros especiais, através de um processo centralizado por lei numa única entidade pública, a Imopetro, detida pelas distribuidoras de produtos petrolíferos que operam no país.
O aumento do preço desta semana ocorreu um mês após a Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (Amepetrol) pedir um reajuste dos preços, alertando que as dívidas do Estado às gasolineiras podem paralisar a distribuição, num momento em que os preços no mercado internacional estão a disparar como impacto da invasão russa da Ucrânia.
No total, segundo informação avançada em abril pela Amepetrol, o Governo moçambicano devia às gasolineiras acima de 110 milhões de dólares (cerca de 102 milhões de euros).
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