Líder rival líbio diz não ter planos para governar a partir de Tripoli
Um dos primeiros-ministros rivais da Líbia assegurou hoje não ter planos imediatos para governar a partir de Tripoli, após a fracassada tentativa da semana passada para se instalar na capital, que originou confrontos e receios de nova guerra civil.
© Reuters
Mundo Líbia
Em entrevista concedida à agência noticiosa Associated Press (AP), Fathi Bashagha considerou que o seu governo vai continuar a exercer funções a partir do seu quartel-general em Sirte, uma cidade da costa do Mediterrâneo e situada a meio caminho entre o leste e o oeste do país.
Os executivos rivais das duas regiões da Líbia, incluindo o instalado em Tripoli e que desafia Bashagha, reivindicam-se como as instituições legítimas do país do Norte de África até à realização de eleições gerais.
Numa referência aos acontecimentos da semana passada, Bashagha disse ter entrado em Tripoli num veículo civil e escoltado por homens desarmados. Um jovem foi morto durante o incidente, quando alegadamente o protegia de milícias rivais, segundo a sua versão.
"Não nos criticamos por ter entrado na cidade", disse. "disse que apenas entraria na cidade quando as condições fossem 100% favoráveis", acrescentou.
A crise emergiu após a Líbia ter fracassado na realização das suas primeiras eleições presidenciais em 24 de dezembro de 2021, no âmbito dos esforços de reconciliação da ONU.
O parlamento, estabelecido no leste do país norte-africano rico em petróleo, designou Fathi Bashagha, que ocupava a pasta do Interior, para novo primeiro-ministro e com a missão de dirigir um novo governo interino.
Os deputados consideraram que o mandato do primeiro-ministro interino Abdul Hamid Dbeibah, sediado em Tripoli, expirou após o falhanço das presidenciais.
No entanto, Dbeibah tem insistido que permanecerá no cargo até à realização das eleições, e o Alto Conselho, que funciona junto do governo interino, considerou "incorreta" a designação de um novo primeiro-ministro antes da convocação do escrutínio.
A Líbia mergulhou no caos após uma rebelião armada interna em 2011 apoiada pela NATO que derrubou o longo regime de Muammar Kadhafi.
Desde então, e na sequência de uma guerra civil com envolvimento internacional, o país tem estado dividido entre duas administrações rivais, no leste e oeste do país, ambas apoiadas por milícias armadas e governos estrangeiros.
Os confrontos da semana passada em Tripoli já são considerados os mais graves desde 2020, quando o general Khalifa Haftar e as suas forças, também sediadas no leste do país, desencadearam uma campanha militar para controlar a capital com o apoio de mercenários russos.
A ofensiva de Haftar não resultou devido ao decisivo apoio fornecido às forças de Tripoli por um contingente militar turco, que forneceu armas e equipamento. Desde então, os mediadores da ONU tentam garantir a concretização de eleições no país dividido.
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