"O inimigo deixou a aldeia de Mykolaivka, no norte da região de Kherson", indicou o exército ucraniano, num boletim publicado segunda-feira à noite, referindo-se à retirada "em pânico" de soldados russos.
As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
As autoridades pró-russas de Kherson anunciaram na segunda-feira que começaram a vender cereais à Rússia.
O chefe-adjunto da administração civil e militar local, Kiril Stremousov, disse à agência de notícias russa Ria-Novosti que Kherson está a enviar pela primeira vez a produção de cereais para a península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.
A Ucrânia acusou a Rússia de roubar cereais armazenados em celeiros nas cidades controladas pelas tropas de Moscovo.
Segundo Kyiv, Moscovo também utiliza portos da Crimeia e, especificamente, a cidade costeira de Sevastopol, para exportar ilegalmente cereais para países terceiros.
A região de Kherson está quase totalmente sob controlo russo e as forças locais pró-russas têm pedido a anexação formal por parte da Rússia.
Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, simplificou a concessão de cidadania russa a habitantes de Kherson e da região vizinha de Zaporijia, consideradas estratégicas para um corredor terrestre com a Crimeia, anexada pela Rússia.
A guerra na Ucrânia provocou uma subida dos preços da energia e de bens essenciais a nível mundial, agravada pelas perturbações das exportações de produtos agrícolas ucranianos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: França abre investigação por crimes de guerra após morte de jornalista