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UE aposta nas energias renováveis para diminuir dependência da Rússia

Ursula von der Leyen defendeu ainda que, no âmbito do plano REPower EU, deve ser repensada a forma como "é feito o transporte dos combustíveis".

UE aposta nas energias renováveis para diminuir dependência da Rússia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acaba de apontar, em conferência de imprensa em Bruxelas que se seguiu ao Conselho Europeu desta manhã, as energias renováveis como uma das principais "soluções" destinadas a combater a dependência energética que a União Europeia ainda tem da Rússia. 

As declarações estão a ser proferidas numa altura em que se sabe já que foi atingido um acordo europeu para um embargo gradual da compra de petróleo russo. Segundo o mesmo, a importação de petróleo proveniente desse país vai reduzir-se em mais de dois terços com efeito imediato, devendo atingir os 90% até final do ano. 

Nas palavras da presidente da Comissão Europeia, importa agora "encontrar o caminho" para se "conseguir uma cada vez menor dependência da energia russa". Como explica, o bloco comunitário terá já começado, desde o início da invasão russa sobre a Ucrânia, a "olhar para outras soluções", nomeadamente "outras formas de importar energia" a partir de outros países. 

Mas será ainda feita uma aposta nas energias renováveis que, como classifica von der Leyen, é "boa para o ambiente", mas também "para os Estados-membros, que ficam menos dependentes da Rússia". A presidente da Comissão Europeia anuncia, assim, a criação de um "novo fundo que vai ajudar os Estados-membros a olharem para esta questão das energias renováveis", de forma a independentizar os países, também, das "energias fósseis". 

Ursula von der Leyen defende ainda que, no âmbito do plano REPower EU, deve ser repensada a forma como "é feito o transporte dos combustíveis". Na sua ótica, o bloco comunitário deve ter "uma rede de transportes mais segura entre os Estados-membros".

A representante europeia aponta também, por outro lado, que o bloco europeu vai disponibilizar fundos para ajudar a repor "o material militar que foi enviado para a Ucrânia". Apelando a uma maior coordenação e interoperabilidade do equipamento militar dos Estados-membros, a mesma fonte anunciou ainda a existência de 500 milhões de euros disponíveis para apoiar "o incentivo à aquisição conjunta" de armamento, estimulando assim o "investimento no setor da Defesa" e uma "mudança de paradigma". Algo que acontece no âmbito de um "projeto-piloto", clarifica.

"Desde o início da guerra, os líderes e os Estados-membros intensificaram e anunciaram 200 mil milhões de euros em despesas militares adicionais. Agora é importante que asseguremos que, com esta intensificação e este investimento adicional, obtenhamos a utilidade máxima do mesmo", afirma ainda a presidente da Comissão Europeia.  

Na mesma conferência de imprensa, Charles Michel, o presidente do Conselho Europeu aborda, por sua vez, a temática da "crise alimentar" que pode trazer graves consequências, principalmente, para o continente africano. "Esta será a primeira prioridade, porque existem 22 milhões de toneladas de grãos bloqueados na Ucrânia, especialmente em Odessa", afirma. 

Charles Michel destaca aqui que, "países como o Egipto, e outros países em África, são vítimas desta situação. Isto significa que apoiamos plenamente todos os esforços feitos pela Organização das Nações Unidas (ONU) no sentido de encontrar um acordo para a abertura de um corredor marítimo para o Mar Negro".

A União Europeia anunciou, na segunda-feira, ter já chegado a um acordo no que toca a um embargo ao petróleo russo. O mesmo deverá reduzir em cerca de 90% as importações de petróleo da Rússia pelo bloco comunitário até ao final do ano, segundo a informação avançada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Numa perspetiva imediata, o mesmo abrange mais de dois terços destas compras, anunciara Charles Michel.

O sexto pacote de sanções à Rússia, que tinha como elemento central e menos consensual a aplicação de um embargo gradual e progressivo às importações de petróleo russo, estava em suspenso há cerca de um mês. Isto porque alguns países, entre os quais se destacava a Hungria, viriam a pedir exceções temporárias, que justificavam com a sua dependência do crude importado da Rússia - o que obrigou a mudanças na proposta original.

A guerra na Ucrânia, que de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) provocou a morte de mais de quatro mil civis, tem vindo a motivar a condenação por parte da comunidade internacional.

Leia Também: Conflito já fez mais de 6,8 milhões refugiados ucranianos, diz ONU

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