Austrália e China mantêm competição por influência no Pacífico Sul
A competição por influência no Pacífico Sul, entre a Austrália e China, prolongou-se hoje, com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países a realizarem visitas separadas a nações insulares daquela região estratégica.
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Mundo Pacífico Sul
Em Samoa, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, anunciou que o seu país vai doar um barco-patrulha, para substituir um similar, que naufragou após ter encalhado, no ano passado.
No mesmo dia, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, visitou a Papua Nova Guiné, para se reunir com os líderes do país, na penúltima paragem de um périplo por oito países da região, que termina em Timor-Leste.
Wang Yi não conseguiu obter consenso sobre um acordo multilateral de cooperação económica e no âmbito da segurança durante uma reunião nas Fiji com os homólogos das Ilhas Salomão, Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu, Papua Nova Guiné, Ilhas Cook, Niuê e os Estados Federados de Micronésia.
O acordo multilateral, designado de Visão de Desenvolvimento Conjunto China -- Países Insulares do Pacífico, seria um importante pacto geopolítico, e suscitou preocupação na Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos.
No entanto, o governante chinês celebrou diversos acordos bilaterais com os países que visitou. A China e os países do Pacífico ainda não divulgaram os detalhes desses acordos.
Desde que surgiram notícias sobre a assinatura de um acordo multilateral, Penny Wong fez duas viagens ao Pacífico, para reforçar a posição da Austrália. Em Samoa, Penny Wong reuniu-se com a primeira-ministra, Fiame Naomi Mata'afa.
A ministra disse aos jornalistas que a Austrália respeita o direito das nações soberanas de tomarem as suas próprias decisões em matéria de segurança, mas apontou que estas decisões "têm o potencial de afetar a natureza dos arranjos da segurança da região" e que "é importante ter uma consideração coletiva nestas questões".
Fiame Naomi Mata'afa esclareceu que queria deixar claro que, embora Samoa tenha assinado alguns acordos bilaterais com a China, não apoiou a assinatura de um acordo multilateral. Disse também que Samoa e as outras nações precisam de avaliar diversas questões primeiro.
"A nossa posição é que não pode haver acordo regional, enquanto a região não se reunir para o abordar", esclareceu.
O primeiro-ministro das Fiji, Frank Bainimarama, foi ainda mais direto: "O Pacífico precisa de parceiros genuínos, não superpotências superfocadas no poder", afirmou, numa mensagem difundida através da rede social Twitter.
Penny Wong vai visitar de seguida o Tonga. O périplo termina com uma visita a Timor-Leste.
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