"O fornecimento de armas cada vez mais modernas à Ucrânia não altera o rumo da operação militar especial. Aconteça o que acontecer, os nossos objetivos serão alcançados", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O porta-voz referia-se à promessa feita esta semana de envio de mísseis de longo alcance por parte dos Estados Unidos, que apenas pediram para que essas armas não fossem usadas contra território russo, para evitar uma escalada do conflito.
Contudo, Moscovo já começou a acusar o Exército ucraniano de estar a preparar ataques contra o território russo, recorrendo exatamente aos mísseis fornecidos por Washington, que têm um alcance de até 70 quilómetros.
O Kremlin insistiu hoje no risco de envio de armas que "hipoteticamente possam ser usadas contra a Rússia", avisando que a sua utilização pode fazer com que o conflito tome um rumo "muito desfavorável".
"Isso causará mais sofrimento à Ucrânia, que está a ser instrumentalizada pelos países que lhe enviam armas", disse Peskov.
A partir de Kyiv, repetem-se os receios de que a Rússia possa intensificar os seus esforços de guerra.
O chefe de gabinete da administração militar da capital ucraniana, Serhiy Korniychuk, disse mesmo que Kyiv continua a ser o principal objetivo da invasão russa.
Korniychuk explicou que a concentração da ofensiva russa no Donbass, no leste do país, não significa que as forças comandadas a partir de Moscovo tenham abandonado o objetivo de tomar Kyiv.
Para as autoridades militares ucranianas, a captura de Kyiv é um "objetivo prioritário".
Korniychuk acrescentou que, por isso, é necessário monitorizar os movimentos do inimigo e fazer "todo o possível" para que a capital esteja preparada para novos ataques das forças russas.
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