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Encontrados 59 rohingyas abandonados numa ilha no sul da Tailândia

As autoridades tailandesas encontraram 59 rohingyas, minoria muçulmana de Myanmar (antiga Birmânia) não reconhecida pelo país de origem, abandonados numa ilha no sul da Tailândia enquanto tentavam chegar à Malásia, indicaram hoje fontes oficias.

Encontrados 59 rohingyas abandonados numa ilha no sul da Tailândia
Notícias ao Minuto

13:40 - 06/06/22 por Lusa

Mundo Migrações

A assistente do Parque Nacional de Tarutao, Mumeen Malinee, afirmou que o grupo foi encontrado por uma patrulha no sábado passado numa praia na ilha de Dong, na província de Satun, que faz fronteira com a Malásia.

A Marinha tailandesa foi informada e resgatou o grupo de rohingyas, que incluía cinco menores e 23 mulheres. Os resgatados terão estado vários dias sem água potável ou alimentos, segundo fontes oficiais citadas por meios de comunicação regionais.

O subdiretor da Proteção da Criança, Mulher e da Luta Contra o Tráfico de Pessoas da Polícia Tailandesa, general Surachet Hakpan, declarou à agência noticiosa espanhola EFE estar em curso uma investigação para identificar as vítimas de tráfico de pessoas dentro do grupo, de forma a dar-lhes apoio, e os imigrantes ilegais, que serão deportados.

Um dos resgatados disse ao canal televisivo tailandês Thairath que o grupo tinha partido da costa de Bangladesh, país no qual se refugiaram em 2017 após uma campanha de represálias do exército birmanês, com o objetivo de chegar à Malásia, sem precisar há quanto tempo.

A polícia tailandesa afirmou ainda que duas embarcações, com cerca de 120 pessoas, foram detidas à chegada à Malásia, enquanto uma terceira voltou para trás e abandonou os rohingyas em território tailandês.

No fim do mês passado, pelo menos 14 pessoas morreram e mais de 50 desapareceram depois de um barco cheio de rohingyas se ter afundado na baía de Bengala. Em março, conseguiram chegar num pequeno barco à província de Aceh, na Indonésia, mais de 100 membros do mesmo grupo minoritário.

As numerosas travessias realizadas este ano fazem lembrar a crise de refugiados de 2015, quando várias embarcações com centenas de rohingya permaneceram durante semanas à deriva, depois de serem recusadas pelas autoridades da Tailândia, Malásia e Indonésia.

A crise de 2015 levou ainda à descoberta e encerramento de dezenas de campos no sul da Tailândia e no norte da Malásia utilizados por máfias de tráfico de pessoas.

Desde 2017 que a situação dos rohingyas piorou, quando uma operação militar no estado de Rakhine, oeste de Myanmar, provocou milhares de mortes e o êxodo de 725 mil membros desta minoria muçulmana para o vizinho Bangladesh.

Segundo os investigadores da ONU, a operação militar foi "uma limpeza étnica com traços de genocídio", pela qual generais birmaneses enfrentam agora acusações perante o Tribunal Penal Internacional, em Haia.

Leia Também: Apoio humanitário a rohingyas exige mais de 825 milhões de euros

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