Jornalista russa que invadiu noticiário vai mudar apelido para ucraniano
A jornalista é filha de mãe russa e pai ucraniano. Como "sinal de apoio à Ucrânia", decidiu mudar o apelido.
© Getty Images
Mundo Marina Ovsyannikova
Marina Ovsyannikova, a jornalista russa que, no final do mês de março, interrompeu o principal noticiário na televisão estatal russa para protestar contra a guerra na Ucrânia, afirmou que irá mudar o seu apelido em sinal de apoio aos ucranianos.
Numa publicação na rede social Facebook, a jornalista, que agora trabalha para o jornal alemão Die Welt, explicou que o seu pai é ucraniano e irá adotar o seu apelido. “Não sou uma ‘boa russa’, sou ucraniana. Como sinal de apoio à Ucrânia, tenciono mudar o apelido de Ovsiannikova para o nativo Tkachuk”, afirmou.
A 14 de março, a jornalista entrou no estúdio de televisão durante o noticiário Vremya (Tempo), do Canal 1, mostrando, atrás da 'pivot', um cartaz com a mensagem: “Não à guerra. Ponham fim à guerra. Não acreditem na propaganda. Aqui, estão a mentir-vos. Russos contra a guerra”.
Em seguida, foi detida pela polícia e, posteriormente, libertada. Viria a ser multada dias depois em 50 mil rublos (cerca de 460 euros) por descredibilizar as Forças Armadas.
No Facebook explicou que foi libertada graças à intervenção do presidente francês, Emmanuel Macron, e do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, além de outros “políticos americanos”.
Afirmou ainda que “a guerra é a nossa responsabilidade coletiva”. “Não foi Putin que matou pessoas em Bucha e bombardeou a maternidade em Mariupol. Criminosos de guerra específicos fizeram isso”, frisou.
Assinala-se, esta terça-feira, o 104.º dia da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser mais elevado, pelo menos 4.200 civis morreram no conflito.
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