Regulador britânico remove anúncio vegan por violência contra animais
Anúncio procurava demonstrar a hipocrisia na alimentação que contém produtos com base em animais. Associação vegan diz que publicidade não é diferente do que é visto na montra de um talho.
© Global Imagens
Mundo Reino Unido
O regulador de publicidade do Reino Unido, a Advertising Standards Authority (ASA), removeu do ar uma publicidade da organização não-governamental (ONG) Vegan Friendly UK por transmitir imagens de violência explícita contra animais. O anúncio tinha como objetivo alertar para a hipocrisia de pessoas que comem carne, mas dizem defender o bem-estar animal.
O vídeo demonstra três pessoas a comer 'fast food' e a fazer comentários sobre a defesa dos direitos dos animais. Intercaladas com a conversa estão imagens de animais em centros industriais de preparação de comida, como porcos e vacas em lágrimas e um peixe a tentar respirar em cima de uma mesa.
No final do anúncio, a ONG diz que "nenhum animal foi magoado, consumido ou comprado para fazer este anúncio", terminando a pedir ao visualizador que "faça a conexão".
Segundo o jornal britânico The Guardian, a ASA recebeu mais de 60 queixas em relação ao anúncio, com a maioria das apresentadas a argumentar que o anúncio transmite violência animal e causa transtorno desnecessário aos telespetadores.
A Vegan Friendly UK, uma ONG que luta contra o consumo de produtos de origem animal e promove hábitos de vida vegan, garantiu, citada pelo The Guardian, que o anúncio não mostra cenas diferentes das de uma montra de um talho ou numa lota ou peixaria, e acrescentou que as imagens "não estariam fora do contexto num programa de culinária ou documentário de natureza".
No Twitter, são várias as reações de ativistas vegan contra a decisão, com utilizadores a afirmarem que o regulador prefere não demonstrar a brutalidade da indústria alimentar internacional.
A ONG continua a pedir às pessoas que comem carne e que defendem os direitos dos animais para reconsiderarem as suas opções, alertando para a "potencial hipocrisia individual e as contradições entre o que as pessoas dizem e as suas ações".
A ASA refere ainda, na sua decisão, que, apesar de aceitar as queixas que apontam para "a rápida sucessão de clipes" que "aumentam o desconforto sentido pelos visualizadores", desvaloriza também os argumentos dos queixosos que dizem que o anúncio diaboliza quem come carne. Segundo a ASA, é claro que "o anúncio tenta salientar como as ações das pessoas não estão necessariamente alinhadas com as suas crenças".
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