A vantagem de Lula da Silva nas intenções de voto continua a aumentar. Segundo a última sondagem da Genial/Quaest, divulgada esta quarta-feira, o antigo presidente brasileiro, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), lidera as intenções de voto para as próximas eleições presidenciais com 46%, bem à frente do atual presidente e candidato do Partido Liberal, Jair Bolsonaro, que reúne apenas 30%.
Atrás dos dois pesos pesados e prováveis candidatos a uma segunda volta estão Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista, com 7% (em 2018, Ciro conseguiu atingir os 12%), André Janones, do Avante (sem relação com qualquer partido comunista), com 2%, e Simone Tebet, senadora pelo Movimento Democrático Brasileiro, com 1%.
Caso os candidatos do PT e do PL fossem a uma segunda volta, a sondagem prevê que Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse com cerca de 54% dos votos, contra os 32% de Jair Bolsonaro.
1/ Na 12ª rodada da Genial/Quaest publicada hoje Lula abre 18 pontos percentuais sobre Bolsonaro e pode vencer no 1º turno. Na média dos cenários pesquisados, Lula tem 47% das intenções de votos, enquanto Bolsonaro aparece com 29%, 2 pts a menos do que maio.
— Felipe Nunes, PhD (@felipnunes) June 8, 2022
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As sondagens não deverão alterar a posição de Bolsonaro que, perante outras previsões que apontam para vitória fácil de Lula da Silva na segunda ronda, tem usado o mesmo manual de Donald Trump e já começou a questionar a validade do voto eletrónico. A Reuters também refere que os moderados e indecisos poderão ficar ainda mais reticentes em votar num segundo mandato do presidente da extrema-direita nacionalista, por este entrar em conflito com os tribunais sobre as eleições.
Segundo a sondagem, citada pelo Estadão, se cada um dos dois candidatos menos votados desistisse, Lula da Silva ganharia 1% por candidato.
No Nordeste do país é onde o antigo presidente prospera, angariando 65% das intenções de voto contra apenas 16% de Jair Bolsonaro. No Sul, Bolsonaro atinge os 36%, mas continua atrás dos 38% de Lula.
Bolsonaro consegue vencer nas intenções de voto no Norte e no Centro-Oeste, com 48% e 42% respetivamente.
No entanto, a vantagem de Lula da Silva na antecipação às eleições presidenciais de 2 de outubro aumenta quando os inquiridos não têm opções em cima da mesa. Sem uma lista, Lula da Silva fica à frente de Bolsonaro com uma vantagem de 20 a 32 pontos percentuais. Ainda assim, os indecisos venceriam uma primeira volta, com 42% dos inquiridos a não demonstrarem particular afinidade por qualquer um dos candidatos.
Lula da Silva esteve preso durante 580 dias no âmbito da Operação Lava Jato, condenado pelo juiz Sérgio Moro (que depois tornou-se ministro da Justiça de Bolsonaro e continua a ser um hipotético candidato), tendo sido libertado em novembro de 2019. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou todas as condenações sobre o ex-presidente, permitindo que o antigo líder voltasse a poder candidatar-se.
Lula perdeu alguma popularidade durante o tempo passado na prisão, mas mesmo estando preso, em 2018, os brasileiros preferiam-no a Fernando Haddad e a Bolsonaro. O ex-presidente anunciou finalmente a candidatura em maio, prometendo defender a "democracia plena, o salário justo, o acesso à saúde e educação" e desejando que "o fascismo seja devolvido ao esgoto da História de onde jamais deveria ter saído".
Mas o atual ocupante do Palácio do Planalto ainda tem alguma coisa a dizer. Jair Bolsonaro, que venceu surpreendentemente as eleições de 2018 com uma mensagem populista e de extrema-direita inspirada no sucesso de Donald Trump, tem atirado farpas à alegada opacidade das eleições.
Bolsonaro fez tantas ameaças à integridade do sufrágio que o presidente norte-americano, Joe Biden, conversou com Bolsonaro no âmbito da Cimeira das Américas e pediu ao chefe de Estado brasileiro que respeite a democracia, as eleições e a integridade da floresta da Amazónia, cuja destruição aumentou consideravelmente devido às políticas negacionistas das alterações climáticas promovidas pelo governo brasileiro.
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