Preocupadas com a Rússia, mulheres finlandesas preparam-se para combater
O conflito na Ucrânia causou um grande alarme na Finlândia, país que partilha uma fronteira de 1.300 quilómetros com a Rússia e que travou duas guerras contra a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial.
© iStock
Mundo Guerra na Ucrânia
A invasão russa sobre a Ucrânia suscitou, em vários países europeus, receios de que a nação liderada por Vladimir Putin possa estender o conflito a outras geografias. Um medo que levou, imediatamente, a empresária finlandesa Sissi Moberg a pesquisar, na Internet, cursos que a pudessem ajudar a desenvolver as suas capacidades de defesa em caso de ataque militar.
"Senti-me muito triste pelos ucranianos. E depois comecei a preocupar-me com a Finlândia e a pensar no que poderia fazer a este respeito", disse a mãe de quatro filhos, de 46 anos, à agência Reuters.
Poucas semanas depois, Sissi Moberg daria início a um curso destinado a reservistas, onde aprendeu a manusear armas e a mover-se num campo de batalha.
O conflito na Ucrânia causou um grande alarme na Finlândia, país que partilha uma fronteira de 1.300 quilómetros com a Rússia e que travou duas guerras contra a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial - que acabariam por custar-lhe um décimo do seu território. Cerca de 100.000 finlandeses morreram na sequência dessas batalhas.
Agora, a Associação Nacional de Mulheres Finlandesas de Preparação para Emergências veio dizer que a procura pelas suas formações disparou desde fevereiro. "Logo após a eclosão da guerra, os nossos telefones começaram a tocar e os emails voavam", apontou Suvi Aksela, responsável de Comunicação da Associação.
Uma tendência que está em consonância com a longa tradição finlandesa, em tempos de guerra, de voluntariado entre as mulheres - que, ao contrário dos homens, não são obrigadas a cumprir serviço militar. Isto numa altura em que, ainda assim, cerca de 19% dos 13.000 militares profissionais da Finlândia são do sexo feminino.
Na sequência da invasão russa sobre a Ucrânia, a Finlândia abdicou, no mês passado, com a sua política de neutralidade histórica, ao candidatar-se a uma adesão à aliança militar da NATO. O mesmo procedimento foi também seguido pela Suécia.
A guerra na Ucrânia está em curso há mais de três meses, com um balanço por determinar, mas que diversas fontes, incluindo a ONU, admitem ser consideravelmente elevado.
A ONU confirmou a morte de mais de 4.200 civis desde o início da guerra, mas tem alertado que os números são substancialmente superiores por não ter acesso a muitas zonas da Ucrânia.
Leia Também: Parlamento Europeu diz que Turquia continua longe da UE e faz apelo
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com