Diplomacias pedem a Teerão que coopere com agência da ONU
As diplomacias de Washington, Londres, Paris e Berlim exortaram o Irão a "respeitar as suas obrigações jurídicas e a cooperar" com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que, esta quarta-feira, aprovou uma resolução crítica de Teerão.
© Reuters
Mundo AIEA
Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha "saúdam a adoção pelo conselho de governadores da AIEA de uma resolução em resposta à cooperação insuficiente do Irão com a AIEA, contrariamente ao que exige o seu acordo de salvaguardas, concluído no âmbito do TNP" (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares), segundo um comunicado de imprensa conjunto.
"Exortamos o Irão a responder ao apelo da comunidade internacional para respeitar as suas obrigações jurídicas e cooperar com a AIEA para clarificar e resolver plenamente estas questões sem mais atrasos", acrescentam.
"Se o Irão fizer isso e se o diretor-geral puder relatar que as questões pendentes de salvaguardas foram resolvidas, não consideraremos mais necessário que o Conselho tome providências ou tome medidas", asseguram.
Também Israel reagiu à adoção da resolução crítica de Teerão pelo Conselho de Governadores da AIEA, considerando tratar-se de "uma decisão significativa que expõe a verdadeira cara do Irão".
"Israel acolhe com satisfação a decisão", disse o primeiro-ministro israelita, Naftali Benet, em comunicado.
O Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) adotou hoje, com ampla maioria e pela primeira vez em dois anos, uma resolução crítica do Irão por falta de transparência na cooperação com esta organização da ONU.
Na votação, o texto foi aprovado por 30 dos 35 Estados-membros do conselho e, segundo fontes diplomáticas citadas pelas agências Efe e AFP, apenas a Rússia e a China votaram contra, enquanto Índia, Líbia e Paquistão se abstiveram.
"Os numerosos países que votaram a favor da decisão cooperaram para bloquear e impedir que o Irão consiga armas nucleares", escreveu Benet, defendendo que, "se o Irão continuar a sua atividade, os países líderes devem levar nuevamente o asunto ao Conselho de Segurança da ONU".
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzade, alertara antes da adoção de hoje para os riscos de esta resolução vir a ser aprovada na AIEA.
"Acreditamos que esta ação (a resolução) terá um impacto negativo tanto na nossa cooperação geral com a AIEA como nas negociações do tratado nuclear", disse Khatibzade, referindo-se às conversações em Viena para tentar salvar o acordo nuclear.
As conversações entre o Irão e a AIEA estão a ser conduzidas em paralelo com as discussões sobre a recuperação do pacto nuclear de 2015, que estão a ser realizadas em Viena.
O acordo internacional, assinado em 2015, ficou praticamente sem efeito desde a retirada unilateral dos Estados Unidos, em 2018, durante o mandato do ex-Presidente Donald Trump, que alegou falta de cumprimento por parte de Teerão e restabeleceu sanções ao Irão.
Em resposta, o Irão deixou gradualmente desde 2019 de respeitar as duras restrições que o pacto impunha ao seu programa nuclear.
A eleição do atual Presidente norte-americano, Joe Biden, permitiu relançar, na primavera de 2021, em Viena, os esforços para recuperar o acordo, mas as negociações estão estagnadas desde março.
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