A primeira volta das eleições realiza-se no domingo em França, estando a segunda volta marcada para dia 19, uma semana depois.
A sondagem da Ipsos-Sopra Steria para a Radio France e France Télévisions divulgada na quinta-feira mostra que a coligação Nova União Popular Ecologista e Social (Nupes) de Jean-Luc Mélenchon conta com 28% das intenções de voto dos franceses, seguida de perto pelo partido do Presidente, o República em Marcha, também coligado com três outras formações, que consegue 27% das intenções de voto.
As projeções são difíceis em eleições que decorrem em 577 círculos eleitorais e nos quais em média se apresentam entre 10 e 15 candidatos dos mais diversos campos políticos. No entanto, o reforço da esquerda é uma tendência que se tem vindo a acentuar.
Numa visita a Clichy-sous-Bois, na área metropolitana de Paris, Emmanuel Macron explicou a uma criança que não quer que Melénchon ganhe porque este "não o deixaria fazer as coisas".
Jean-Luc Mélenchon, por seu turno, tem continuado a insistir que deverá ser nomeado primeiro-ministro, caso a sua coligação eleja uma maioria de deputados.
Em 11 círculos eleitorais já são conhecidos os resultados da primeira volta dos franceses que votam no estrangeiro e indicam que em 10 daqueles círculos haverá uma disputa entre a esquerda e o candidato de Macron na segunda volta.
Emmanuel Macron tem em jogo a possibilidade da realização do seu programa como Presidente, já que a perda da maioria levaria à necessidade de compromissos entre o seu partido e as restantes forças políticas. Em jogo está também a continuidade do Governo recém-nomeado, já que 15 membros do executivo que são candidatos nas legislativas, incluindo a primeira-ministra, se comprometeram a sair do Governo caso não sejam eleitos.
Em relação à primeira volta, uma das maiores preocupações, segundo os analistas, é a abstenção. Estima-se que o número de franceses que não vão às urnas possa bater recordes, situando-se entre 46 e 48%. Em 2017 foi de 48,7% na primeira volta, a percentagem mais alta de sempre.
Devido ao calendário político francês e às diferentes coligações pré-eleitorais, os candidatos foram conhecidos pouco antes do início da campanha e não houve debates alargados entre as diferentes forças políticas.
Alguns candidatos disseram à agência Lusa que tem sido "difícil" motivar os franceses para participarem.
O poder de compra continua a ser a maior preocupação dos franceses, com a inflação a atingir os 5% e os preços a aumentarem sobretudo nos supermercados e nas bombas de gasolina. Logo a seguir estão o sistema de saúde e o ambiente, segundo uma sondagem da Ipsos-Sopra Steria para o jornal "Le Monde".
Para ser eleito deputado na primeira volta das legislativas, um candidato tem de reunir 50% dos votos, representando pelo menos 25% dos eleitores inscritos.
Nos círculos eleitorais em que tal não aconteça, passam à segunda volta todos os candidatos que tenham obtido votos equivalentes a mais de 12,5% dos eleitores inscritos ou os dois candidatos com maior número de votos.
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