A medida foi anunciada pela ministra Filomena Gonçalves, para dar conta das medidas tomadas em conselho de ministros na quinta-feira, indicando que a análise efetuada pela Direção Nacional de Saúde (DNS) mostra um "aumento progressivo" de casos ativos de covid-19 no país nas últimas duas semanas.
Por essa razão, disse que os principais indicadores a nível nacional registaram um aumento, nomeadamente o índice de transmissibilidade (Rt), na ordem de 1,52, acima de 1 como recomendado, e a taxa de incidência acumulada de 19 para 68 por 100 mil habitantes, acima do limiar de 25 por 100 mil habitantes.
Até agora, 319.298 adultos estão vacinados com a primeira dose (98%), 276.825 com a segunda dose (85%), mas "apenas" 79.005 com terceira dose (24,2%), sublinhou a ministra, indicando que 46.132 adolescentes dos 12 aos 17 anos já tomaram a primeira dose (85,8%) e 38.319 a segunda dose (71%).
"Entende o Governo que a evolução que o quadro epidemiológico tem registado a nível nacional requer adoção de medidas que promovam o reforço do nível de segurança e proteção sanitária", explicou a porta-voz do Governo.
Assim, a partir de 01 de julho passa a ser exigido o certificado covid-19 de vacinação com a terceira dose ou o certificado de teste negativo PCR realizado nas 72 horas anteriores, teste antigénio nas 48 horas anteriores à hora do embarque para viagens interilhas ou certificado de recuperação.
Para efeitos de viagens internacionais para entrar em Cabo Verde, por meios aéreos e marítimos, a ministra avançou que se mantêm a obrigatoriedade de apresentação pelos passageiros e tripulantes de certificado da terceira dose ou certificado de recuperação ou teste negativo PCR realizado nas 72 horas anteriores ou antigénio negativo realizado nas 48 horas antes da hora de embarque.
Em todas as duas situações, excetuam-se as crianças com idades inferiores aos 12 anos, disse a ministra da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares.
Para as viagens com partida de Cabo Verde, a porta-voz do conselho de ministros referiu que a aceitação dos certificados covid-19 depende dos acordos estabelecidos com os países de destino.
Já os passageiros em trânsito, escala ou transferência, desde que não transponham a fronteira nacional, estão dispensados de apresentação de certificado covid-19 ou de comprovativos de realização de testes.
Cabo Verde voltou em 06 de março à situação de alerta, o menos grave de três níveis, mantendo atualmente um nível "mínimo" de restrições devido à pandemia de covid-19, deixando de ser obrigatório a utilização de máscara na via pública e já no final de abril também em espaços fechados.
Nos últimos dias, o arquipélago registou um aumento de casos diários, com os ativos a triplicarem numa semana, mas com apenas uma pessoa internada, e uma morte por complicações associadas à doença em 15 semanas, segundo dados do Ministério da Saúde.
Até quinta-feira, Cabo Verde tinha um total de 56.828 casos acumulados da doença, dos quais 55.057 recuperados, 402 óbitos e tinha 317 casos ativos, dos quais 210 na cidade da Praia, capital do país.
Leia Também: Covid-19. EUA deixam de exigir teste a passageiros de voos internacionais