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"Portugal pode temer se presidente [Macron] não tiver maioria"

Portugal "pode temer" uma dinâmica mais frágil na Europa caso o Presidente francês Emmanuel Macron perca a maioria no parlamento, nas legislativas de domingo, disse à Lusa a ministra do Ambiente francesa, Amélie de Montchalin.

"Portugal pode temer se presidente [Macron] não tiver maioria"
Notícias ao Minuto

08:40 - 15/06/22 por Lusa

Mundo França/Eleições

"O que precisamos em França é de uma maioria clara para que o Presidente Macron possa agir, possa fazer coisas que ele pensa que o país precisa. Portugal pode temer uma dinâmica europeia mais frágil do que hoje, se o Presidente não tiver essa maioria", declarou a ministra à Agência Lusa.

Amélie de Montchalin viveu durante a sua juventude no Brasil e é fluente em português. No mandato passado esteve à frente de pastas como os Assuntos Europeus e Função Pública, estando agora com um dos temas prioritários para Emmanuel Macron, a ecologia.

No entanto, novamente candidata a um lugar na Assembleia, esta antiga quadro da banca e das seguradoras, está a ter dificuldades na reeleição na sexta circunscrição de Essone, na região parisiense. A ministra obteve apenas 31,46% dos votos face ao candidato da coligação de esquerda Nova União Popular Ecologista e Social (NUPES), Jérôme Guedj, que conseguiu 38,31%.

É na língua de Camões, que Amélie de Montchalin apela aos portugueses na sua região para que votem nela.

"Eu estou completamente mobilizada e tenho uma mensagem para os portugueses que podem votar em Essone: eles podem acreditar na minha vontade ter uma Europa forte e relações entre Portugal e França que sejam de confiança e que possamos construir juntos este projeto comum que é um projeto de progresso", disse a ministra.

Este 'braço de ferro' é representativo de vários círculos eleitorais em França onde os candidatos do Presidente têm tido dificuldade em impor-se face à NUPES, levando a que esta semana de campanha seja decisiva.

Em Palaiseau, uma das cidades do seu círculo eleitoral, Amélie de Montchalin teve a seu lado na terça-feira o ministro das Finanças, Bruno Le Maire.

"Estou revoltado por se jogar com o medo dos franceses [...] Estou completamente consternado com o facto de os nossos oponentes dizerem que vamos aumentar o IVA. Há cinco anos que sou ministro das Finanças, baixei os impostos massivamente, portanto não temos qualquer lição a receber de uma família política que quer aumentar os impostos em 100 mil milhões de euros", defendeu Le Maire.

Quanto à conquista da maioria no domingo, o ministro não tem dúvidas.

"O Presidente terá a maioria e a relação política e económica com Portugal são excelentes. Mantenho muito boas relações com o meu homólogo português e não tenho qualquer dúvida que isso vai a continuar a acontecer. Temos muitos projetos em comum", respondeu, questionado pela Lusa.

Amélie de Montchalin diz "não ter medo" deste combate, ao contrário de Marie Claude, reformada que vive em Palaiseau e veio ver a ministra na praça principal da cidade.

"Tenho medo por ela, acho que vai ser difícil porque houve uma grande diferença entre ela e o primeiro classificado. Não vai ser fácil apanhá-lo", lamentou.

Para o marido, Jean-Pierre, o medo seria se a esquerda de Jean-Luc Mélenchon chegasse ao poder. Considerando que isso "nunca" vai acontecer, este reformado diz que o líder da esquerda está muito próximo de Marine Le Pen.

"Mélenchon nunca terá a maioria, o Presidente pode é perder a maioria absoluta. Eu tenho medo de Mélenchon porque o programa dele não é sério. Há muitas despesas e poucas receitas. Quer acabar com o nuclear e todos sabemos que o nuclear é essencial, pelo menos até 2050. É demasiado populista, é como a Marine Le Pen, mas de esquerda", explicou.

Depois da vitória de Emmannuel Macron na segunda volta das eleições presidenciais em abril, sobre a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, as legislativas vão definir a composição do próximo parlamento.

Os candidatos da coligação do Presidente, que inclui o seu partido República Em Marcha, Horizontes e Modem, vão defrontar-se em 272 círculos eleitorais contra a NUPES no próximo dia 19 de junho.

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