"Um recorde de 15 milhões de pessoas no Sudão - um terço da população - enfrentam atualmente uma insegurança alimentar aguda", de acordo com uma avaliação do Programa Alimentar Mundial (PAM).
Em setembro, "18 milhões de sudaneses, ou seja cerca de 40% da população do país, vão enfrentar uma situação de crise alimentar", advertem o PAM e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) numa declaração conjunta.
Para as duas agências da ONU, os choques climáticos (inundações e secas) e as deslocações da população contribuem para o agravamento da insegurança alimentar, bem como os confrontos armados e as colheitas insuficientes.
Devido ao conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, as importações são mais baixas e os preços mais elevados das mercadorias estão a atingir duramente os sudaneses.
Todas as 18 regiões do Sudão são afetadas pela insegurança alimentar, mas a localidade de Krink, em Darfur, Sudão ocidental, onde os confrontos no início de Abril mataram 179 pessoas e deslocaram 150.000, é a mais fustigada, com 90% da sua população a sofrer de fome, de acordo com o comunicado conjunto.
O trigo e o pão são escassos em todo o país e os agricultores estão a lutar para vender as suas colheitas dado que o Governo, que todos os anos comprava as suas colheitas, não tem dinheiro.
Os cofres do Estado estão vazios desde o golpe de Estado do chefe do exército, General Abdel Fattah al-Burhane, em outubro de 2021.
O Sudão, um dos países mais pobres do mundo, perdeu a sua ajuda internacional, ou seja, 40% das suas receitas, como retaliação ao golpe, a libra sudanesa entrou em colapso e a inflação atinge os 200%.
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