Evacuação da fábrica Azot em Severodonetsk é agora "impossível"
"É impossível sair de lá agora. Quer dizer, é fisicamente possível, mas é muito perigoso devido aos constantes bombardeamentos e lutas", explicou o governador local.
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Mundo Guerra na Ucrânia
A fábrica química Azot, localizada na cidade ucraniana de Severodonetsk e onde se encontram abrigadas centenas de civis, já não deverá vir a ser evacuada, devido aos constantes bombardeamentos perpetrados pelas tropas russas. A informação foi avançada pelo governador local, Serhii Haidai, em entrevista à CNN Internacional.
"É impossível sair de lá agora. Quer dizer, é fisicamente possível, mas é muito perigoso devido aos constantes bombardeamentos e lutas", explicou Serhii Haidai.
A mesma fonte acrescentou ainda que cerca de 568 pessoas, incluindo 38 crianças, estão atualmente abrigadas na referida fábrica.
Em declarações à CNN Internacional, o governador local destacou que uma evacuação total da fábrica apenas seria possível se houvesse um cessar-fogo total - embora se mostre bastante cético em relação a quaisquer promessas feitas por Moscovo.
"Ouço muito do que eles dizem, mas 99% é apenas um disparate ou uma mentira. Se houver um cessar-fogo total, então podemos retirar as pessoas. Mas eu não acredito nos russos - visto que eles mentem, que já deram a sua palavra e não a cumpriram. Há muitas provas dessa natureza", disse, a propósito deste tema.
Serhii Haidai referiu ainda, durante a mesma entrevista, que as autoridades tinham tentado convencer os civis que ainda se encontram na fábrica Azot a abandonar o local no mês passado. Porém, muitas destas pessoas "não quiseram ir", por estarem convencidas de que estariam mais seguras caso se mantivessem no local onde estavam.
De facto, foram relatados vários casos de civis que foram mortos ou feridos quando tentavam sair do abrigo, nomeadamente, para cozinhar, contou ainda o governador local.
Recorde-se que, na terça-feira, a Rússia tinha anunciado a abertura de um corredor humanitário para a retirada de civis da fábrica de produtos químicos Azot, para uma localidade sob controlo russo, na quarta-feira.
Mas, de acordo com o comandante do segundo ramo do exército da autoproclamada República Popular de Lugansk, Alexander Nikishin, as forças ucranianas bombardearam a entrada de Azot pelas 8h10 desse mesmo dia - pelo que a operação foi, alegadamente, interrompida.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 15 milhões de pessoas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além disso, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
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