Rússia pede mais cooperação à União Económica Euroasiática
O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, pediu hoje aos cinco parceiros da União Económica Euroasiática (UEE) uma resposta comum à "pressão" do Ocidente motivada pela campanha militar da Rússia na Ucrânia.
© Contributor/Getty Images
Mundo Rússia/Ucrânia
"A pressão comum do 'ocidente' sobre alguns Estados do quinteto (UEE) está a aumentar. Isto afeta todos os membros da união (Euroasiática). As nossas economias estão muito interligadas e, por isso, responder de forma efetiva aos gestos de hostilidade só pode fazer-se de forma conjunta", disse Mishustin numa reunião da UEE que decorreu em Minsk, Bielorrússia.
A UEE é formada pela Rússia, Bielorrússia, Arménia, Cazaquistão e Quirguistão.
De acordo com Mishustin, os países da aliança pós-soviética liderada pela Rússia devem reduzir a dependência relativamente aos abastecimentos estrangeiros e continuar a trabalhar no sentido de substituir as importações.
"É necessário incrementar a cooperação para se substituírem as importações. Estamos a falar de indústrias prioritárias de alta tecnologia. Devemos reduzir a dependência em relação aos abastecimentos estrangeiros, lançar os nossos próprios projetos de inovação conjuntos para desenvolvermos e produzirmos os produtos que são procurados", disse o primeiro-ministro russo.
Mishustin apelou aos homólogos da união a mudarem rapidamente para os pagamentos em moedas nacionais, entre os países membros e a nível bilateral, face às sanções internacionais ao sistema financeiro da Rússia e à exclusão dos seus bancos mais importantes do sistema interbancário internacional (SWIFT).
O presidente do Gabinete de Ministros do Quirguistão, Akilbek Zhaparov, defendeu que a UEE tem todas as oportunidades para se transformar num "centro importante" para a tomada de decisões económicas no futuro próximo.
"Os processos no mercado mundial de energia, alimentação e tecnologia, nos últimos 10 ou 12 anos indicam mudanças rápidas nos centros de influência da agenda económica assim como a mudança do ocidente para o oriente. A UEE pode consolidar posições e converter-se no centro de atração para se tomarem decisões economicamente importantes", afirmou Zhaparov.
O primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, disse que garantir a segurança alimentar é atualmente uma das tarefas mais importantes.
"No contexto dos desafios económicos modernos, uma das tarefas mais importantes continuam a ser garantir a segurança alimentar dos nossos países", frisou.
"Atualmente, por motivos objetivos, existem restrições ao abastecimento de alguns produtos agrícolas no mercado agrícola comum, o que pode afetar negativamente o funcionamento estável da agricultura nos nossos países e, em geral, o abastecimento de alimentos à UEE", disse.
O primeiro-ministro da Arménia também disse ser "importante eliminar os obstáculos no comércio mútuo, formar novas cadeias de logística, de exportação e de importação e desenvolver formas de substituir as importações (do Ocidente)".
No mesmo encontro, o primeiro-ministro da Bielorrússia, Roman Golovchenko, disse que é necessário trabalhar no sentido do levantamento das restrições no âmbito da UEE, sobretudo no setor alimentar.
"Muitos problemas mundiais estão a tornar-se evidentes, incluindo a ameaça de fome em várias regiões a nível mundial, o que pode provocar a próximo vaga de 'cataclismos' sociais e políticos", disse o chefe do governo bielorrusso.
"Os problemas em relação à segurança alimentar estão em primeiro lugar na agenda global e os nossos países têm bons indicadores no sentido de garantirem a própria segurança alimentar. O formato do nosso mercado (UEE) permite abordar com êxito os problemas de abastecimento de alimentos à população, incluindo o abastecimento mútuo", acrescentou.
O primeiro-ministro do Cazaquistão, Alijan Smailov, defendeu uma postura mais flexível em relação à circulação de bens dentro da UEE.
"Há uma necessidade urgente de se criarem novas rotas comerciais. Estamos preparados para trabalharmos juntos em alternativas", assinalou.
"Insto os meus parceiros a serem mais flexíveis e construtivos para se promover a circulação acelerada e simplificada, incluindo o uso de tecnologias digitais", frisou.
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