Organização marroquina pede investigação a mortes de migrantes em Melilla
A principal organização marroquina de direitos humanos pediu hoje uma investigação ao caso de tentativa de entrada de quase 2.000 imigrantes subsaarianos no enclave espanhol de Melilla, em que morreram 18 pessoas.
© Getty Images
Mundo Melilla
"Pedimos a abertura de uma investigação rápida e transparente", disse à AFP Mohamed Amine Abidar, presidente da filial da Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH), em Nador, Marrocos.
De acordo com um último relatório das autoridades marroquinas, 18 pessoas morreram na sexta-feira, quando 2.000 migrantes tentavam entrar em Melilla.
Do lado espanhol, Eduardo de Castro, presidente do enclave de Melilla, autoridade política máxima desta cidade autónoma, disse ter havido uma "resposta desproporcionada" de Marrocos à tentativa de forçar a passagem de imigrantes ilegais.
A calma voltou hoje a Nador, cidade que faz fronteira com o enclave espanhol, bem como em redor da alta cerca que separa o território marroquino de Melilla, segundo jornalistas da agência de notícias francesa, AFP, no local.
Não há vestígios de migrantes na cidade. Segundo Abidar, "teriam-se afastado por medo de serem deslocados pelas autoridades marroquinas", geralmente para o sul do país.
Uma testemunha viu vários autocarros a transportar migrantes para fora de Nador.
Quanto à ocupação do Centro de Estadia Temporária de Imigrantes (CETI), após a entrada irregular de ontem de 133 pessoas, está ligeiramente abaixo das 400 pessoas, menos de metade da sua capacidade máxima, que ronda os mil lugares, segundo uma delegação do Governo.
Vários operários estiveram ao longo da manhã de hoje, a reparar os danos sofridos pela infraestrutura da passagem fronteiriça de Chinatown durante o salto à vedação, em que cerca de 500 imigrantes, dos 2.000 que foram detetados a descer do monte Gurugú, forçaram uma das portas e saltaram pela parte do telhado.
O perímetro fronteiriço entre Espanha e Marrocos, em Melilla, viveu uma noite tranquila depois do dia de sexta-feira, em que se registou uma tentativa de entrada com 18 vítimas mortais confirmadas pelas autoridades marroquinas, número que várias ONG dizem ser superior.
Fontes da Delegação do Governo em Melilla confirmaram à Efe que esta manhã não houve tentativas irregulares de entrada na cidade, ao contrário dos dois dias anteriores, em que existiu uma pressão migratória na cerca fronteiriça.
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