Londres adverte Paris contra tentação de negociar solução para a guerra
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, advertiu hoje o Presidente francês, Emmanuel Macron, contra a tentação de negociar uma solução na Ucrânia com risco de prolongar a "instabilidade mundial", indicou Downing Street.
© Reuters
Mundo Ucrânia
Numa reunião à margem da cimeira do G7 na Alemanha, os dois líderes "concordaram que este era um momento crítico no desenvolvimento do conflito e que era possível inverter o curso da guerra", disse um porta-voz do Governo britânico, precisando que tinham concordado em "aumentar" o apoio militar a Kiev.
"O primeiro-ministro salientou que qualquer tentativa de resolver o conflito agora só causaria instabilidade duradoura e daria a Putin o direito de manipular países soberanos e mercados internacionais perpetuamente", acrescentou.
Ao contrário de Emmanuel Macron, Boris Johnson recusou qualquer diálogo com o Presidente russo Vladimir Putin, quem descreveu como "ditador", desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em finais de fevereiro.
Numa entrevista aos meios de comunicação britânicos, Boris Johnson disse que o Ocidente deve ter "discussões realmente, francas" na cimeira do G7, a qual se seguirá uma cimeira da NATO em Madrid, sobre as implicações da guerra e sanções para a inflação e outras questões, a fim de "proteger a unidade" exibida até agora.
"Vai haver, realisticamente, um certo cansaço entre o povo e as classes políticas", disse, reconhecendo uma "certa ansiedade" em relação a esta questão.
Por outro lado, a presidência francesa informou que Boris Johnson está interessado no plano da França para uma comunidade política europeia que "recomprometeria" o Reino Unido na Europa depois do Brexit.
O Presidente francês sentiu "muito entusiasmo" no líder britânico quando mencionou a comunidade política europeia, que permitiria "reatar, redefinir um curso com os britânicos", disse a presidência, depois da reunião entre os dois governantes à margem da cimeira do G7 na Baviera.
Os líderes do G7 (França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Japão) estão reunidos no sul da Alemanha a partir de hoje para uma cimeira de três dias, à qual se seguirá uma reunião dos países da NATO (Organização do Tratado Atlântico Norte) em Madrid.
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