Em 17 de junho, uma manifestação anterior, também proibida, provocou confrontos, nos quais três pessoas morreram e mais de 200 pessoas foram presas, incluindo dois deputados, de acordo com a oposição.
Um foi condenado na segunda-feira a seis meses de prisão, o outro foi libertado, tal como os outros 82 arguidos.
Para justificar esta nova proibição, uma ordem do prefeito de Dacar citou "ameaças reais à ordem pública", "riscos reais de infiltração por pessoas mal-intencionadas", "ameaças graves de ataques a edifícios públicos" e "riscos reais de obstrução à livre circulação de pessoas e bens".
No documento, refere-se também uma violação do código eleitoral que proíbe qualquer "propaganda disfarçada" nos 30 dias anteriores à abertura da campanha eleitoral.
A abertura da campanha para as eleições legislativas de 31 de julho no país que faz fronteira com a Guiné-Bissau está prevista para 10 de julho.
As tensões aumentam após o Conselho Constitucional ter invalidado uma lista nacional de candidatos da coligação de oposição Yewwi Askan Wi. Esta invalidação elimina da corrida o líder da oposição, Ousmane Sonko, e uma série de opositores do Presidente Macky Sall. A oposição denuncia um estratagema da presidência para afastar os seus opositores.
Sonko, que foi terceiro nas eleições presidenciais de 2019 e é um candidato declarado para as eleições de 2024, e outros líderes ameaçaram impedir a realização das eleições se Yewwi Askan Wi não participar.
As legislativas visam a eleição dos 165 deputados da Assembleia Nacional, que é largamente dominada pela coligação presidencial.
A oposição tinha reunido milhares de apoiantes em meados de junho numa manifestação que foi autorizada e decorreu num ambiente festivo.
No mesmo dia, 11 organizações da sociedade civil apelaram à ONU para "pôr fim às graves violações do direito à reunião pacífica".
A acusação de Sonko num caso de alegada violação contribuiu para vários dias de tumultos em março de 2021, que provocaram a morte a mais de uma dezena de pessoas.
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