"Gostaria de vos apresentar a candidatura da França para acolher, em 2025, juntamente com a Costa Rica, uma nova conferência das Nações Unidas sobre os oceanos", declarou Macron na sua intervenção hoje na sessão plenária, presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da II Conferência sobre os Oceanos.
"Vamos usar este impulso para nos ajudar a avançar coletivamente", disse, referindo-se aos trabalhos da conferência de Lisboa, e juntando a sua voz a muitos outros oradores que referiram como prioridades a luta contra a pesca ilegal e o acordo sobre a poluição por plásticos.
"O que começámos aqui, a importância desta conferência é ver o que tem sido feito recentemente, mas também qual será a agenda nos tempos próximos e quero dizer que o nosso compromisso é total, abrangente e coletivo", afirmou o chefe de Estado francês.
Ao proteger os oceanos e a biodiversidade marinha "protegemos o ambiente", sublinhou Macron, frisando que "apesar de muitas dificuldades geopolíticas e da guerra (na Ucrânia)", as Nações Unidas têm "muito a fazer neste domínio e não podem desviar-se do objetivo".
A Europa deu um grande passo em frente em termos ambientais, com a fixação dos seus objetivos climáticos para 2030 e 2050, disse o Presidente francês, que referiu assim um dos objetivos cumpridos durante a presidência Francesa do Conselho da União Europeia (UE), que termina precisamente hoje.
Reafirmando o compromisso da UE e de França, Macron apontou exemplos do que está já a ser feito na sequência da conferência de Brest, no início deste ano, sobre alterações climáticas "no que diz respeito ao transporte marítimo e aéreo, aos veículos de emissões zero, ao reforço dos mercados de carbono e ajuda às famílias que combatem a desflorestação".
"Temos 35 atores em vários portos que decidiram descarbonizar (...). Até 2028, 128 participantes vão ajudar a combater a poluição por plásticos. E já temos alguns resultados tangíveis. Há três dias, em Marselha, três construtores navais obtiveram os seus certificados verdes", detalhou.
"Estamos em meados de 2022 e o horizonte de 2030 que definimos para nós próprios já é visível", afirmou o Presidente francês, para frisar a importância de, como aconteceu em Lisboa, reunir cientistas, sociedade civil, filantropos e empresas, além dos lideres mundiais, no objetivo de salvar os oceanos.
Na conferência de Lisboa, organizada por Portugal e pelo Quénia, participam delegações de 159 países e instituições, que se fizeram representar por 15 chefes de Estado, um vice-presidente, 124 ministros e 17 altos representantes de organizações governamentais internacionais.
[Notícia atualizada às 17h23]
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