O vice-líder do Partido Conservador inglês, Christopher Pincher renunciou ao seu cargo, esta quinta-feira, depois de admitir que se "envergonhou" a si e "outras pessoas" após relatos que apalpou, enquanto estava alcoolizado, dois homens num clube privado.
Christopher Pincher escreveu uma carta ao primeiro-ministro Boris Johnson, onde anunciava desistir do cargo. No entanto, não abordou as denúncias aos líderes do partido feitas por parlamentares conservadores que testemunharam o seu comportamento em relação a dois homens no Carlton Club, em Piccadilly, Londres.
Esta é a mais recente suspeita, depois de uma série de alegações de má conduta sexual de parlamentares conservadores e pressiona ainda mais Boris Johnson a limpar o seu partido. É também a segunda vez que Pincher renunciou ao seu cargo depois alegações feitas contra ele, o que levanta questões sobre o julgamento de Johnson em promovê-lo a um cargo de responsável pela disciplina dos deputados e assuntos pastorais.
Na carta ao primeiro-ministro, Pincher revela: “Ontem à noite eu bebi demais. Envergonhei-me a mim e a outras pessoas, o que é a última coisa que quero fazer e por isso peço-te desculpas a ti e aos envolvidos".
"Acho que a coisa certa a fazer nestas circunstâncias é que eu renuncie ao cargo de vice-líder do partido. Devo-te isso e às pessoas a quem causei aborrecimento”, refere.
Pincher acrescentou ainda querer “garantir que o primeiro-ministro continuará a ter total apoio dos bancos detrás… Foi a honra da minha vida ter servido no governo de Sua Majestade”, diz ainda.
Estas suspeitas surgem depois de um deputado presente no Carlton Club, na noite de quarta-feira, dizer que Pincher foi convidado a sair por várias pessoas e estava tão alcoolizado “que mal se conseguia levantar”.
Segundo o jornal The Guardian as vítimas são dois funcionários e vários deputados que testemunharam o sucedido. Um dos conservadores que denunciou o deputado foi a colega Sarah Dines.
Christopher Pincher é deputado desde as eleições de 2010, quando os conservadores formaram uma coligação com os liberais democratas.
Antes de se tornar vice-líder dos conservadores, foi ministro de Estado da Europa e das Américas e ministro de Estado da Habitação.
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