ONU quer investigação independente às mortes de manifestantes no Sudão
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos mostrou-se hoje preocupada pela morte de pelo menos nove manifestantes, incluindo um menor, pelas forças de segurança do Sudão durante as manifestações, exigindo uma "investigação independente".
© Reuters
Mundo Sudão
"Apelo às autoridades para que conduzam uma investigação independente, transparente, completa e imparcial sobre a resposta das forças de segurança, em conformidade com as normas internacionais existentes", disse Michelle Bachelet, numa declaração, insistindo que "as vítimas, os sobreviventes e as suas famílias têm direito à verdade, à justiça e à reparação".
O apelo segue-se à repressão sangrenta das manifestações que reuniram dezenas de milhares de pessoas em todo o país na quinta-feira para exigir o fim da governação militar.
Michelle Bachelet disse estar "alarmada" com a morte de nove pessoas, incluindo um rapaz de 15 anos, apesar de a polícia ter dito que "não usaria força letal para dispersar os manifestantes".
O número de mortos devido à violência relacionada com protestos subiu para 113 desde que o exército, liderado por Abdel Fattah al-Burhan, tomou o poder em outubro passado.
A última morte foi noticiada hoje, após um manifestante ter sucumbido aos ferimentos sofridos num comício em 24 de junho, de acordo com médicos pró-democracia.
"Até agora, ninguém foi considerado responsável por estas mortes", criticou Bachelet.
Os principais grupos pró-democracia no Sudão tinham apelado à realização de manifestações na quinta-feira para reiterar a exigência de deposição do governo militar, que tomou o poder no seguimento de um golpe de Estado em outubro do ano passado, acabando com o curto período democrático que, em 2019, se seguiu ao regime autocrático de 25 anos liderado por Omar al-Bashir.
Desde o golpe militar de outubro, a violência no Sudão já fez pelo menos 107 mortos, incluindo 17 crianças, de acordo com o Comité de Médicos, e a ONU, a União Africana e um grupo de oito países da África Ocidental têm tentado mediar o atual impasse político, mas ainda sem soluções à vista.
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