Manifestantes ocupam parlamento líbio em Tobruk
Manifestantes ocuparam hoje o Parlamento líbio em Tobruk (leste do país), em protesto contra a deterioração das condições de vida e a incúria dos seus líderes, após o fracasso de nova ronda de negociações entre campos rivais.
© Getty Images
Mundo Líbia
De acordo com vários canais de televisão, os manifestantes entraram no edifício e saquearam algumas divisões.
Imagens divulgadas pela imprensa mostraram grandes colunas de fumo preto e provocadas pela queima de pneus pelos manifestantes, jovens na sua maioria.
Outros meios de comunicação alegaram que parte do edifício foi incendiada.
O Parlamento estava vazio quando os manifestantes entraram, porque hoje é feriado na Líbia.
Uma retroescavadora manobrada por um manifestante forçou a entrada e derrubou o portão do edifício, facilitando a invasão, tendo os carros de alguns deputados sido incendiados.
Mais tarde, mais máquinas de construção chegaram ao local e e começaram a partir partes das paredes do edifício.
Outros manifestantes, alguns dos quais agitavam bandeiras verdes do antigo regime de Muhammar Kadhafi, atiraram para a rua documentos que retiraram de vários gabinetes.
A Líbia está um caos desde o derrube do regime de Kadhafi em 2011.
A manifestação ocorreu no momento em que o país é atormentado há vários dias por cortes de energia, avarias agravadas pelo bloqueio de várias instalações petrolíferas enquadradas por disputas políticas entre campos rivais.
Dois governos disputam o poder desde março: um baseado em Trípoli e liderado por Abdelhamid Dbeibah desde 2021 e outro liderado por Fathi Bachagha e apoiado pelo Parlamento de Tobruk e pelo marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste do país.
As eleições presidenciais e legislativas que estavam originalmente previstas para dezembro de 2021, para encerrar um processo de paz patrocinado pela ONU após a violência em 2020, foram adiadas 'sine die' devido às fortes divergências entre rivais políticos e tensões no terreno.
A última ronda de negociações na ONU entre os presidentes das duas câmaras rivais terminou na quinta-feira sem um acordo sobre uma estrutura constitucional que permita a realização de eleições.
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