Líbia. Liga Árabe alerta para o risco da falta de acordo político no país
O secretário-geral da Liga Árabe expressou hoje a sua preocupação com o fracasso das negociações para chegar a um consenso sobre a Constituição na Líbia, afirmando que isso pode ter "consequências terríveis" para a estabilidade do país.
© Reuters
Mundo Líbia
Em comunicado, Ahmed Abul Gheit lamentou "o bloqueio político" causado pelo Parlamento e pelo Conselho Supremo do Estado líbio em relação ao consenso sobre questões pendentes no projeto de Constituição.
O porta-voz do secretário-geral, Jamal Rushdy, disse na nota serem compreensíveis os protestos dos cidadãos ocorridos em várias cidades líbias contra a deterioração das condições de vida, em particular os cortes de energia, que duram em média 12 horas por dia no meio de uma onda de calor, e o agravamento da crise política.
Por outro lado, esclareceu que o secretário-geral rejeita os atos das milícias, sabotagem e destruição de instalações públicas do Estado líbio, como um suposto meio de alguns expressarem o seu protesto, após o ataque ao Parlamento líbio na noite de sexta-feira por manifestantes na cidade de Tobruk (leste).
Rushdy pediu a todos os atores políticos que assumam as suas responsabilidades e iniciem contactos mais intensos entre si para acabar com o impasse político.
Sublinhou o apoio do secretário-geral da Liga Árabe a todos os esforços para se completar a preparação da base constitucional necessária à realização das eleições nacionais.
Os protestos iniciaram-se na sexta-feira, após o fracasso de nova ronda de negociações entre campos rivais.
A ONU condenou o ataque ao parlamento de Tobruk, considerando inaceitáveis os atos de vandalismo e os distúrbios ali ocorridos.
A Líbia tem estado numa situação de caos político e económico desde o derrube do regime de Muhammar Kadhafi, em 2011.
O parlamento de Tobruk é um dos símbolos da divisão da Líbia entre um campo baseado no leste do país, liderado pelo marechal Khalifa Haftar, e o governo de salvação nacional, com sede em Tripoli.
Os apoiantes de Haftar têm bloqueado as principais instalações petrolíferas desde meados de abril, como meio de pressão para afastar o executivo de Tripoli.
Em fevereiro, o parlamento de Tobruk designou Fathi Bachagha como primeiro-ministro paralelo a Abdelhamid Dbeibah, chefe do Governo de Unidade Nacional.
Na quinta-feira, as duas instituições rivais líbias reunidas em Genebra, sob os auspícios da ONU, não conseguiram concluir um acordo para a realização de eleições, devido a diferenças na elegibilidade dos candidatos presidenciais.
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