A Ucrânia precisa de 750 mil milhões de dólares (cerca de 718 mil milhões de euros) para levar a cabo um plano de recuperação em três fases do país, na sequência da invasão russa. A informação foi avançada esta segunda-feira pelo primeiro-ministro do país, aqui citado pela Reuters.
No âmbito da Conferência de Recuperação da Ucrânia, organizada pela Suíça, Denys Shmygal disse que os danos diretos sobre as infraestruturas ucranianas superam já os 100 mil milhões de dólares (cerca de 96 mil milhões de euros).
"Neste momento, as perdas diretas de infraestruturas da Ucrânia ascendem a mais de 100 mil milhões de dólares", apontou o chefe do Executivo. "Quem vai pagar o plano de renovação, que já está a ser avaliado em 750 mil milhões de dólares"?, questionou ainda.
Detalhando algumas das especificidades deste plano de reconstrução do país, o primeiro-ministro indicou que este envolverá três fases. A primeira, já em curso, será focada na renovação de infraestruturas de elevada importância para a vida diária das pessoas, como é o caso do sistema de abastecimento de água.
Uma segunda fase deverá arrancar assim que os combates cessarem e incluirá projetos de habitação, educativos e hospitalares temporários. Está ainda prevista uma outra etapa, final, que tem o objetivo de transformar o país, a longo prazo.
Shmygal acrescentou que o governo ucraniano acredita que uma das principais fontes de financiamento deste plano de recuperação deveriam ser os bens confiscados aos oligarcas russos, na sequência das sanções aplicadas pelos países aliados por causa da guerra iniciada pela Rússia.
Nos primeiros dias da invasão russa sobre território ucraniano, que teve início a 24 de fevereiro, as tropas do Kremlin levaram a cabo várias tentativas de conquistar a capital ucraniana, Kyiv, as quais acabariam por abandonar a certo ponto.
Desde então, os militares russos têm concentrado as ofensivas, precisamente, na região do Donbass - embora tenham já conseguido conquistar algumas cidades localizadas mais a sul, como é o caso de Mariupol, e continuem a levar a cabo bombardeamentos sobre outras regiões ucranianas.
A ofensiva militar causou graves danos nas infraestruturas nacionais e já matou mais de quatro mil civis, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, a organização alerta que o número real de vítimas poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar baixas civis em territórios controlados ou sitiados pelos russos.
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