Líderes da Etiópia e Sudão querem resolver tensão com encontro em Nairobi
Os líderes etíopes e sudaneses reuniram-se hoje em Nairobi, à margem de uma cimeira regional, para aliviar a tensão entre os dois países, poucos dias após um novo incidente envolvendo vítimas mortais na fronteira.
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Mundo Cimeira
"Ambos admitimos que os nossos países têm muitos elementos de colaboração para trabalhar pacificamente", disse o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, na rede social Twitter, com fotos em que surge a conversar com o general Abddel Fattah al-Burhan, o líder do Sudão desde o golpe de Estado em outubro de 2021, com os dois a sorrir.
"Os nossos laços comuns transcendem qualquer disputa. Estamos ambos comprometidos com o diálogo e a resolução pacífica das questões pendentes", acrescentou.
Em Cartum, o Conselho Soberano, a autoridade de transição presidida pelo general Al-Burhan, relatou unicamente uma "reunião à porta fechada" entre os dois líderes, sem grandes detalhes.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro etíope, o encontro decorreu "à margem da reunião da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad, no acrónimo em inglês), que juntou hoje em Nairobi, pela primeira vez em 18 meses, os líderes dos países da região.
A reunião do Igad "ofereceu a oportunidade de fazer um balanço das respostas aos vários desafios" enfrentados pela região, disse o general Al-Burhan.
"A paz e a segurança são a base do desenvolvimento da região", acrescentou.
No final de junho, o exército sudanês - comandado pelo general Al-Burhan - acusou o exército etíope de executar sete dos seus militares e um civil, capturados em território sudanês, na disputada zona fronteiriça de Al-Fashaga.
As autoridades etíopes negaram, acusando, pelo contrário, as forças sudanesas de terem entrado em território etíope e provocado um confronto -- com mortos de ambos os lados - com uma milícia local.
O tom subiu antes de Abiy pedir ao seu país e ao Sudão "que mantivessem a calma".
A fértil área de Al-Fashaga é objeto de disputa há várias décadas, mas em várias ocasiões confrontos mortais multiplicaram-se desde o final de 2020, e o mais recente episódio de tensão suscitou preocupação.
A União Africana e a Igad manifestaram particular preocupação com a "escalada" militar na fronteira entre estas duas potências regionais.
Esta crise fronteiriça junta-se à grave disputa sobre a Grande Barragem do Renascimento Etíope que Adis Abeba construiu no Nilo Azul e que desperta a ira do Sudão, mas também do Egito, ribeirinhos do Nilo a jusante que temem pelo caudal de água que será escoado.
A Etiópia deve iniciar o terceiro enchimento da barragem em agosto, uma fonte potencial de novas tensões com o seu vizinho Sudão.
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