Após o início da invasão russa na Ucrânia, que ocorreu em 24 fevereiro, a Finlândia encerrou décadas de não alinhamento militar ao pedir para ingressar em maio na Aliança Atlântica, um processo que teve o seu início oficial na segunda-feira.
Motivados pelo temor que Moscovo esteja a usar migrantes para pressionar Helsínquia, novas emendas à lei sobre a guarda de fronteira da Finlândia facilitarão a construção de barreiras mais resistentes ao longo da fronteira de 1.300 quilómetros que a Finlândia partilha com a Rússia.
O objetivo das emendas à lei, aprovadas na terça-feira, é "melhorar a capacidade operacional da guarda de fronteira para responder a ameaças híbridas", disse à agência de notícias AFP Anne Ihanus, uma conselheira do Ministério do Interior finlandês.
"A guerra na Ucrânia contribuiu para a urgência da questão", disse a responsável.
Atualmente, as fronteiras da Finlândia são protegidas apenas por cercas leves de madeira, instaladas principalmente com o objetivo de impedir que o gado esteja a pastar do lado errado.
"O que queremos construir agora é uma cerca sólida com um verdadeiro efeito de barreira", disse à AFP a diretora da divisão jurídica dos guardas de fronteira finlandeses, Sanna Palo.
"Provavelmente, a cerca não se estenderá a toda a fronteira leste, concentrando-se em locais considerados mais importantes", explicou.
Num cenário de desestabilização da fronteira pelo fluxo de refugiados, como recentemente ocorreu entre a Bielorrússia e a Polónia, a nova lei permitirá também encerrar postos fronteiriços e concentrar os requerentes de asilo em locais específicos.
A Finlândia também aprovou emendas à sua lei de poderes de emergência para garantir que a definição de "emergência" tenha em consideração diferentes tipos das ditas ameaças híbridas.
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