Petr Fiala quer "desrussificação" europeia na energia em momento difícil

O primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, admitiu hoje que o país assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) num "momento difícil", pedindo uma "desrussificação" da energia vinda da Rússia devido à guerra na Ucrânia.

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© Ukrainian Presidential Press Service/Handout via REUTERS

Lusa
07/07/2022 19:23 ‧ 07/07/2022 por Lusa

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União Europeia

 

"Assumimos a presidência [rotativa do Conselho da UE] num momento muito difícil, no qual os cidadãos europeus esperam, de nós, não enfrentar falta de energia no próximo inverno, não ter medo de novos picos de preços e ainda que tenham sempre comida suficiente na mesa", declarou Petr Fiala.

Falando na capital checa, em Praga, com jornalistas europeus no início de uma visita ao país, o chefe de Governo apontou que uma das prioridades da presidência checa é a de reduzir a dependência energética da UE face à Rússia, numa altura em que se teme ruturas no abastecimento, nomeadamente do gás russo.

"A agressão russa mostrou que não podemos estar dependentes de países que são uma séria ameaça à nossa segurança e temos de fazer uma rápida 'desrussificação' das nossas importações de energia e esta não só é uma necessidade, como também uma oportunidade", referiu Petr Fiala.

Outra das prioridades checa é apostar numa "reconstrução massiva" da Ucrânia, que a seu ver deve "começar o mais cedo possível, ainda antes de o conflito acabar".

Neste encontro com a imprensa europeia, Petr Fiala defendeu ainda a necessidade de avançar com "assistência financeira para apoiar os Estados-membros mais afetados", rejeitando porém "qualquer forma de recolocação forçada".

Esta posição é defendida um dia depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter anunciado num debate no Parlamento Europeu que o executivo comunitário vai apresentar "em meados do mês" -- provavelmente na reunião do colégio de 20 de julho -- um plano de emergência europeu para precaver um eventual corte total de fornecimento de gás russo.

Antes, em meados de maio, a Comissão Europeia alertou para o risco de uma "grave rutura de abastecimento" de gás no próximo inverno na UE, devido aos problemas no fornecimento russo, propondo mais armazenamento e admitindo o recurso ao mecanismo de compras conjuntas.

Ao mesmo tempo, a instituição solicitou aos países da UE que atualizem os seus planos de contingência, peçam aos operadores de transporte que acelerem medidas técnicas para aumentar o fluxo e ainda que realizem acordos de solidariedade, já que só 18 dos 27 países têm infraestruturas para armazenar gás natural.

A guerra na Ucrânia, causada pela invasão russa do país no final de fevereiro passado, agravou a situação de crise energética em que a UE já se encontrava.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.

Leia Também: República Checa assume presidência da UE focada na recuperação pós-guerra

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