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Raptado mais um empresário no centro de Moçambique

Um grupo desconhecido raptou, na quinta-feira, o empresário Ebraim Seedat na cidade de Chimoio, província de Manica, centro do país, disse hoje fonte da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Raptado mais um empresário no centro de Moçambique
Notícias ao Minuto

13:26 - 08/07/22 por Lusa

Mundo Rapto

"O crime foi perpetrado por três pessoas munidas de armas de fogo. Não foi possível abortar a ação, mas neste momento todas as linhas operativas já foram lançadas", disse Mateus Mindu, porta-voz da PRM em Sofala, em conferência de imprensa.

Ebraim Seedat, 60 anos, cidadão de origem asiática e com dupla nacionalidade (portuguesa e moçambicana), foi raptado no início da noite, junto a entrada da sua residência, na rua da Zâmbia, numa zona nobre da cidade de Chimoio e com "um cordão de segurança considerável".

"Chegou à casa na sua viatura no horário habitual depois de fechar a loja, mas logo entrou uma outra carrinha e dela desceram homens armados e o levaram", contou à Lusa um dos seguranças da residência.

Um outro segurança da rede de estabelecimentos Patel comercial, pertencente à vítima disse à Lusa que o seu patrão levava uma "vida normal", sem escoltas e nem seguranças particulares, como faz a maioria dos empresários de origem asiática em Chimoio.

"Saiu daqui da loja por volta das 18:00 horas [menos uma em Lisboa] para casa e não notamos nenhum movimento estranho que levantasse suspeitas", declarou o segurança.

Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser assoladas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente homens de negócios ou seus familiares.

Só em Chimoio, trata-se do sexto caso de rapto nos últimos três anos e meio, sendo que as vítimas têm regressado à casa sem intervenção policial e após o pagamento de resgates na maioria dos casos.

Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início do mês de maio, a procuradora-geral da República de Moçambique referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como África do Sul

De acordo com Beatriz Buchili, foram registados 14 processos-crime por rapto em 2021, contra 18 em 2020, mas há outros casos que escapam à contabilidade oficial, sendo que na maioria o desfecho é desconhecido.

Em novembro de 2021, a Polícia da República de Moçambique lançou a formação de uma força mista para responder a este tipo de crime, um grupo de oficiais que vão ser capacitados por especialistas ruandeses.

Leia Também: Moçambique diz que má governação agrava impacto da guerra Rússia-Ucrânia

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