A China reivindica Taiwan como uma província separatista a ser reunificada pela força, caso seja necessário, e opõe-se a qualquer atividade da ilha enquanto entidade política independente.
O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China Wang Wenbin disse que as autoridades de Taiwan "agarraram a oportunidade para fazer manipulação política" e que Pequim "apresentou graves protestos ao Japão, em Pequim e em Tóquio, e deixou clara a sua posição".
"O seu esquema político nunca poderá ter sucesso", disse Wang, em conferência de imprensa.
O vice-presidente de Taiwan, Lai Ching-te, prestou homenagem na residência de Abe, em Tóquio, na segunda-feira. Mais tarde, Lai foi fotografado a deixar o templo Zojoji, no centro de Tóquio, onde o funeral de Abe se realizou.
Lai é o mais alto funcionário de Taiwan a visitar o Japão desde que Tóquio cortou relações diplomáticas formais com Taipé, em 1972, e restabeleceu relações com Pequim.
Abe era um forte defensor de Taiwan, que foi uma colónia japonesa por 50 anos, e onde o sentimento público favorece fortemente Tóquio.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, depois da derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Em 2021, depois de renunciar ao cargo de primeiro-ministro, Abe irritou Pequim com um discurso no qual sinalizou forte apoio a Taiwan e afirmou que "a aventura militar [chinesa] levaria ao suicídio económico".
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