O pai de uma das vítimas de um tiroteio em 2018, numa escola secundária de Parkland, nos Estados Unidos, manifestou-se a favor da regularização mais apertada do uso de armas, num protesto ambulante na quinta-feira.
O objetivo de Manuel Oliver foi encaminhar 52 autocarro até à casa do senador Ted Cruz, no Texas. "Os 4.368 lugares vazios representam o número de crianças que morreram este ano devido à violência armada", escreveu no seu Instagram.
Esta não é a primeira vez que Oliver aparece nas notícias esta semana, uma vez que na segunda-feira interrompeu um discurso do presidente dos Estados Unidos sobre o uso de armas no país. Acabou mesmo por ser expulso após os protestos continuados - e após Joe Biden lhe ter pedido para se acalmar. "Disse ao presidente, que conheço pessoalmente, em quem eu votou, por quem eu fiz campanha. 'Presidente Biden, consegue fazer melhor'", lembrou ás publicações internacionais.
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O projeto deste ativista é apelidado de 'Museu das Crianças NRA [sigla para Associação Nacional de Armas, que defende o direito ao uso de armas nos Estados Unidos]'. "É, em parte, com a intenção de algumas pessoas pensarem que é um museu da NRA", explicou.
Manuel Oliver planeou ainda entregar uma folha escrita, em 2013, pelo seu filho. Às publicações, Manuel explicou que a mulher encontrou o papel um mês depois da morte do filho. "Aos 12 anos, o meu filho sabia melhor o que fazer do que Ted Cruz. Quero que ele leia com os seus olhos", disse a mulher de Oliver, Patricia.
"Caros donos das armas: escrevo-vos para saber como vamos resolver esta questão do uso de armas. A maioria de vocês de vocês tem um problema com a existência de um registo criminal. Por que razão estão chateados com esta ideia se é apenas para vosso bem, talvez gostem da ideia de ser pessoas com máquinas de morte. Não deveria ter nada contra os registos criminais, se não inocentes", lê-se no papel.
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"Estes líderes não são leais à 2.ª Emenda. São leais à indústria das armas, que os protegem. Têm a mensagem de que lutar por uma regularização das armas não é patriótico. É corrupto, e eu queria mostrar-lhes de uma forma gráfica qual é o impacto", continuou.
Em resposta a esta demonstração, o senador texano, que não apoia a regularização do uso de armas, disse que estava "comprometido em trabalhar em políticas que parassem os tiroteios nas escolas".
Para além da representação simbólica dos lugares vazios, o organizador da manifestação explicou que o primeiro autocarro ia também levar bens que pertenciam às crianças que morreram em tiroteios, incluindo pertences do seu filho, Joaquin Oliver, que morreu com 12 anos.
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