Tribunal condena ex-advogado de Khashoggi por lavagem de dinheiro

Um tribunal dos Emirados Árabes Unidos condenou a três anos de prisão o ex-advogado do jornalista saudita assassinado Jamal Khashoggi, Asim Ghafoor, por fuga aos impostos e lavagem de dinheiro, indicou hoje a agência de notícias WAM.

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© YASIN AKGUL/AFP via Getty Images

Lusa
17/07/2022 19:24 ‧ 17/07/2022 por Lusa

Mundo

Emirados Árabes Unidos

Asim Ghafoor, que tem nacionalidade norte-americana, foi detido na passada quinta-feira quando fazia escala num aeroporto e o processo contra ele foi iniciado no país árabe a pedido das autoridades norte-americanas, segundo a WAM.

De acordo com a mesma fonte, um tribunal de Abu Dhabi já tinha condenado o advogado à revelia por dois crimes de evasão fiscal e lavagem de dinheiro relacionados com uma operação de evasão fiscal nos Estados Unidos, mas não foi indicada a data dessa decisão.

Além dos três anos de prisão, a sentença inclui uma multa de 816.000 dólares (cerca de 809.000 euros) e a sua deportação.

A investigação pelo Ministério Público de Abu Dhabi começou, disse a agência oficial, a pedido das autoridades norte-americanas, por suspeita de evasão fiscal e transferências de dinheiro suspeitas.

Ghafoor foi advogado do jornalista e dissidente saudita Jamal Khashoggi e da noiva deste, Hatice Cengiz, tendo sido também co-fundador da organização Democracia Já para o Mundo Árabe (DAWN), uma iniciativa que lançou há dois anos com outros amigos do colunista do jornal The Washington Post assassinado em 2018.

Ao anunciar a sua detenção na quinta-feira no aeroporto internacional de Abu Dhabi, quando fazia escala numa viagem com destino a Istambul, a DAWN afirmou que parecia responder a uma condenação por "motivos políticos" e pediu ao presidente norte-americano, Joe Biden, para cancelar o encontro que tinha previsto na Arábia Saudita com Bin Zayed, líder dos Emirados.

A detenção ocorreu num momento politicamente delicado, já que Biden estava na sua primeira visita como presidente à Arábia Saudita, onde se reuniu com o príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, que desde há muito nega qualquer envolvimento ou conhecimento do assassínio de Khashoggi, por agentes de Riade, no consulado saudita em Istambul.

Leia Também: Biden abordou morte de Khashoggi no encontro com príncipe herdeiro saudita

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