Pulitzer: Rejeitado pedido para anular prémios sobre conspiração russa

O conselho dos Prémios Pulitzer rejeitou hoje um pedido do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para anular as distinções de 2018 ao New York Times e Washington Post, pelas suas investigações sobre a interferência russa em eleições.

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Lusa
19/07/2022 06:36 ‧ 19/07/2022 por Lusa

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O magnata republicano exigiu, em outubro, a anulação destes prémios, defendendo que os artigos publicanos por aqueles meios de comunicação se baseavam em "informações falsas sobre ligações inexistentes entre o Kremlin (presidência russa) e a campanha eleitoral do ex-presidente", e aludiu a uma acusação de falsidade nas informações tratadas pelo FBI (polícia federal).

Trump apontou para as acusações feitas por um procurador especial dos EUA contra Michael Sussmann, que trabalhou para Hillary Clinton na campanha presidencial de 2016 e que alegadamente mentiu ao FBI, quando deu à agência informações sobre possíveis ligações entre Trump e o Alpha Bank, ligado ao Kremlin.

No entanto, o advogado de Clinton, acusado de mentir ao FBI, foi absolvido no início deste ano.

Na altura em que os dados foram divulgados, o FBI investigava se o Kremlin (presidência russa) e a campanha de Trump estavam coordenados para influenciar a eleição presidencial de novembro, que o magnata republicano conquistou.

Em comunicado, os Pulitzers revelaram que mantêm o 'National Reporting Award' para os dois 'media' depois de realizarem duas revisões independentes, que concluíram que as peças vencedoras não são "desacreditadas" por eventos após a premiação.

"Ambas as revisões foram conduzidas por pessoas sem ligação com as instituições cujo trabalho estava a ser revisto, nem conexão entre si. As revisões separadas concordaram nas suas conclusões: que nenhuma das passagens ou manchetes, reivindicações ou afirmações, em qualquer um dos vencedores, foi desacreditada pelos fatos que surgiram após a cerimónia de entrega de prémios", destaca o conselho dos Prémios Pulitzer.

Trump apontou também que o conselho dos Pulitzers elogiou o número de fontes que estes tinham em "reportagens implacáveis" do The New York Times e do Washington Post sobre as ligações do ex-presidente com Moscovo, mas o magnata sublinhou que a maioria destas fontes era anónima.

"As manchetes foram extremamente sensacionais e basearam-se fortemente em fontes anónimas e não corroboradas", acrescentou.

O New York Times já conquistou mais de 130 prémios Pulitzer ao longo dos seus 170 anos de história e o Washington Post tem quase 70, e ambos são dois dos meios de comunicação mais prestigiosos e influentes do mundo.

Leia Também: Capitólio: Seleção de júri no julgamento de ex-conselheiro de Trump

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