Greve dos trabalhadores ferroviários britânicos afeta 80% dos comboios

Uma greve de 24 horas dos trabalhadores ferroviários deverá afetar hoje 80 por cento dos comboios no Reino Unido, bem como parte da rede de metropolitano de Londres devido a uma disputa sobre salários e condições de trabalho. 

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Lusa
27/07/2022 10:53 ‧ 27/07/2022 por Lusa

Mundo

Comboios

Mais de 40.000 funcionários de estações, manutenção, sinalização e limpeza de 14 operadores privados e da rede ferroviária Network Rail aderiram para tentar forçar as empresas a subir a oferta de aumentos salariais de 04%, aquém da atual taxa de inflação de 9,4%. 

As negociações estão num impasse, tendo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Caminhos-de-Ferro, Marítimos e dos Transportes (SMT) acusado o governo de impedir as empresas ferroviárias de aumentarem o valor, apesar de o executivo não estar envolvido diretamente na disputa.

O secretário-geral do RMT, Mick Lynch, afirmou que o sindicato "continuará a negociar de boa-fé, mas não seremos intimidados nem enganados por ninguém".

"O governo precisa de parar a interferência nesta disputa para que os empregadores ferroviários possam chegar a um acordo negociado connosco", argumentou.

O ministro dos Transportes, Grant Shapps, acusou os líderes sindicais de "tentarem causar a maior perturbação possível na vida quotidiana de milhões de pessoas trabalhadoras em todo o país".

Segundo Sapps, a greve foi "programada cinicamente" para perturbar a semifinal do campeonato Europeu de futebol feminino entre França e Alemanha que se realiza hoje em Milton Keynes, a norte de Londres, e a abertura dos Jogos da Commonwealth em Birmingham, na quinta-feira.

A greve, cujos efeitos se deverão prolongar para quinta-feira, também está a perturbar a circulação dos comboios Eurostar, que ligam Londres a Paris e Bruxelas numa altura em que muitas pessoas estão a partir de férias para o continente. 

Os operadores ferroviários estão a condicionar as negociações com mudanças nos contratos, alegando a necessidade de tornar o negócio mais sustentável perante a queda no número de utilizadores, cada vez mais adeptos do teletrabalho. 

Nos 12 meses até março registaram-se quase 1.000 milhões de viagens de comboio no Reino Unido, em comparação com 1.700 milhões nos 12 meses antes da pandemia, pelo que as empresas querem reduzir custos e pessoal.

O sindicato RMT já tinha convocado três greves de um dia no mês passado que interromperam os serviços em grande parte do país, e tem planeadas mais greves para sábado e para outros três dias em agosto. 

Leia Também: Utiliza o Metro de Lisboa? App dá informação sobre comboios em tempo real

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