EUA acusam talibãs de violarem acordo ao acolherem líder da Al-Qaeda
O Secretário de Estado norte-americano acusou na segunda-feira o regime Talibã no Afeganistão de violar "grosseiramente" o acordo de Doha ao acolher em Cabul o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahir.
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Em comunicado, Antony Blinken também acusou os talibãs de terem traído repetidas garantias ao mundo de que não permitiriam que o território afegão fosse utilizado por terroristas para ameaçar a segurança de outros países.
"À luz da relutância ou incapacidade dos talibãs em honrar os seus compromissos, continuaremos a apoiar o povo afegão com assistência humanitária e a defender a proteção dos seus direitos humanos, especialmente os das mulheres e raparigas", disse o secretário de Estado.
Os Estados Unidos anunciaram na segunda-feira a morte do líder da Al-Qaeda.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, revelou que os agentes dos serviços de informação norte-americanos rastrearam Al-Zawahiri, que se encontrava numa casa no centro de Cabul, escondido com a família.
O chefe de Estado norte-americano aprovou a operação na semana passada, na segunda-feira, e esta foi executada no domingo de manhã.
Segundo a Casa Branca, apenas o líder da Al-Qaeda morreu na operação, e não houve danos colaterais, nem mesmo dos membros da família do líder da organização terrorista, sendo que a mesma informação foi transmitida por Biden.
Nascido no Egito em 1951, Zawahiri assumiu a liderança da organização terrorista após a morte de Osama bin Laden, numa operação norte-americana no Paquistão, em 2011.
O Departamento de Estado norte-americano oferecia até 25 milhões de dólares (24,3 milhões de euros) de recompensa por informações que levassem à captura do líder da Al-Qaeda.
O ataque contra Al-Zawahri permite eliminar a figura que moldou a Al-Qaeda, primeiro como 'vice' de Osama Bin Laden desde 1998 e depois como o seu sucessor.
As duas figuras utilizaram armas do movimento 'jihadista' para atacar os Estados Unidos, orquestrando o ataque mais mortífero em solo norte-americano, os ataques de 11 de setembro de 2001.
Os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono fizeram de Bin Laden o 'inimigo número um da América', mas estes nunca teriam ocorrido sem o seu braço direito.
Bin Laden forneceu carisma e dinheiro à Al-Qaeda, mas Al-Zawahri trouxe capacidade tática e habilidades organizacionais necessárias para criar militantes numa rede de células em países de todo o mundo.
A operação ocorreu quase um ano depois da retirada caótica das forças norte-americanas do Afeganistão, que permitiu aos talibãs recuperarem o controlo do país, 20 anos depois.
A Al-Qaeda já tinha perdido o seu 'número dois', Abdullah Ahmed Abdullah, morto em agosto de 2020 em Teerão por agentes israelitas, numa operação secreta apoiada por Washington, segundo revelou na altura o jornal New York Times.
Em 03 de fevereiro, Joe Biden anunciou a morte do líder do grupo Estado Islâmico (EI) Abu Ibrahim al-Hachimi al-Qourachi, durante uma operação realizada no norte da Síria.
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