França considera que morte de líder da Al-Qaeda "torna mundo mais seguro"
O Governo francês aplaudiu hoje a "neutralização" do líder da Al-Qaeda, Ayman Al-Zawahiri, afirmando que esta "debilita a ação" do movimento terrorista e "contribui para que o mundo se torne mais seguro".
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Mundo Al-Qaida
"O combate contra o terrorismo está longe de ter terminado. A França continuará a combatê-lo, com os seus parceiros, para defender a segurança dos aliados e dos nossos compatriotas em todo o mundo", afirmou hoje o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, num comunicado.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou hoje de madrugada (noite de segunda-feira em Washington) a morte de Al-Zawahiri no Afeganistão, após uma operação antiterrorista que permitiu "fazer justiça" ao eliminar um dos mentores dos ataques do 11 de setembro de 2001.
Ayman Al-Zawahiri assumiu a liderança da organização terrorista após a morte de Osama bin Laden, numa operação norte-americana no Paquistão, em 2011.
"Esteve profundamente envolvido no planeamento dos ataques de 11 de setembro. Durante décadas foi responsável por orquestrar ataques contra cidadãos norte-americanos. Agora, foi feita justiça e este líder terrorista já não existe", frisou Joe Biden, numa declaração feita a partir da Casa Branca, em Washington.
Biden referiu que o mundo já não precisa temer este "assassino impiedoso", destacando em particular, os familiares das vítimas do 11 de setembro.
"Espero que esta ação decisiva permita mais um virar de página para as famílias que perderam alguém no 11 de setembro", frisou, sobre os ataques organizados pela Al-Qaeda, na altura liderada por Osama bin Laden, com Al-Zawahiri como 'número dois'.
Hoje, no comunicado, o Governo de Paris lembrou que a Al-Qaeda é responsável por "muitos atentados" no mundo, recordando igualmente que alguns deles afetaram cidadãos ou interesses franceses.
Segundo Lecornu, a Al-Qaeda engloba vários grupos terroristas que atuam em várias zonas do continente africano onde a França está presente desde 2013, tendo como objetivo "atacar interesses e cidadãos franceses".
"A operação norte-americana contribui para o compromisso e para a determinação da França para prosseguir o combate" contra o terrorismo, acrescentou.
Na capital afegã, Cabul, o Governo talibã condenou hoje o ataque norte-americano, considerando ter-se tratado de uma violação do acordo de paz de Doha.
Sem referir o nome do líder 'jihadista', o principal porta-voz islâmico, Zabiullah Mujahid, afirmou, em comunicado, "condenar veementemente o ataque" e sublinhou ter sido "uma clara violação do direito internacional e do acordo de Doha", também conhecido como Acordo para Trazer a Paz ao Afeganistão.
O ataque "repete a experiência fracassada dos últimos 20 anos e vai contra os interesses dos Estados Unidos, do Afeganistão e da região. A repetição dessas ações prejudicará as oportunidades potenciais" de estabilizar a região, avisou o porta-voz.
O acordo de Doha, assinado em fevereiro de 2020 entre os Estados Unidos da América (EUA) e os talibãs, definiu a retirada completa das forças norte-americanas do Afeganistão após duas décadas de conflito, que terminou há um ano após a conquista de Cabul pelos islâmicos.
A saída dos EUA foi decidida sob a condição, entre outras coisas, de que o Afeganistão não voltasse a ser um santuário de terroristas, como aconteceu durante o regime anterior dos talibãs, entre 1996 e 2001, marcado pelo apoio a Osama bin Laden e pelos ataques do 11 de setembro de 2001.
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