Num comunicado publicado pouco após a sua aterragem na ilha, Pelosi e os membros da delegação do Congresso sublinham que a visita "honra o inabalável compromisso no apoio à vibrante democracia em Taiwan", e asseguram que "não contradiz a política de longa data dos Estados Unidos", baseada em acordos estabelecidos com Taiwan e a China.
Neste contexto, a delegação reafirma que Washington "continuará a opor-se aos esforços unilaterais para alterar o 'status quo'".
O texto indica ainda que este périplo à região do Indo-Pacífico, que inclui Singapura, Malásia - já visitadas -, e ainda a Coreia do Sul e Japão -- é centrado na "segurança mútua, parceria económica e governança democrática", e precisa que as conversações com os líderes de Taiwan se vão centrar na "reafirmação do apoio" ao parceiro e à promoção dos interesses comuns, "incluindo a promoção de uma região do Indo-Pacífico aberta".
Na primeira visita oficial ao território de algum líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos em 25 anos, sublinha-se no texto que "a solidariedade da América com os 23 milhões de habitantes de Taiwan é hoje mais importante que nunca, e quando o mundo enfrenta a escolha entre autocracia e democracia".
A líder do Congresso norte-americano aterrou cerca das 15:43 (hora de Lisboa) em Taiwan, apesar de a China ter ameaçado com "consequências desastrosas" caso se confirmasse a visita de Nancy Pelosi àquele território.
"Caças Su-35 chineses começaram a cruzar o estreito de Taiwan", que separa a China continental da ilha reivindicada por Pequim, assim que o avião de Pelosi começou a descer para aterrar, segundo anunciou a televisão estatal chinesa CGTN.
Já hoje de manhã, a agência de notícias de Taiwan CNA informou que um navio contratorpedeiro, várias fragatas e navios de telecomunicações da Marinha de Guerra chinesa estavam a caminho da ilha de Lanyu, no sudeste de Taiwan.
Também os Estados Unidos mobilizaram porta-aviões próximos do estreito de Taiwan e estão em estado de alerta.
Entretanto, vídeos divulgados na rede social Twitter mostram alegadas sirenes de defesa a serem acionadas em Pequim e na região de Fujian, na China, após a entrada de avião de Pelosi no espaço aéreo de Taiwan, registado pela página de internet especializada em trajetos de aviões Flightradar24.
A imprensa norte-americana avançou, na semana passada, a possibilidade de a viagem à Ásia de Pelosi passar por Taiwan, sendo que tanto representantes militares como civis chineses alertaram para as possíveis consequências da visita da responsável norte-americana.
A China reivindica soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.
Taiwan, com quem o país norte-americano não mantém relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os EUA, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar em caso de conflito com o gigante asiático.
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